Notícias destes dias dizem que, pela primeira vez na história da era cristã, os católicos foram ultrapassados, em número, pelos muçulmanos. Os católicos, mas não os cristãos, que estes, com as várias Igrejas, ainda vão à frente. Os muçulmanos, que também estão divididos, foram considerados como um todo, nesta contagem, não obstante guerrearem-se entre si.
Penso que temos aqui uma boa razão para nos debruçarmos sobre o porquê de a Igreja Católica estar a ser ultrapassada, se olharmos, apenas, para os números das estatísticas. Há meses, os Bispos portugueses foram aconselhados pelo Papa, na visita Ad Limina, a reflectirem sobre a melhor maneira de os católicos se assumirem na sociedade, testemunhando a fé que dizem ter. A grande maioria dos portugueses afirmam-se católicos, mas na realidade sabe-se que não é verdade. Do dizer ao ser vai uma grande distância. E no mundo a situação deverá ser muito semelhante ao que se passa entre nós, salvo o devido respeito pelas diferenças históricas, culturais, políticas e sociais de cada povo.
Não há dúvida de que ainda temos muitos crentes que participam nas missas dominicais, mas todos reconhecerão que alguns deixam, nos templos, a fé que mostram ter. Na vida, admito, agem como se a mensagem evangélica não fosse para o dia-a-dia. E não havendo quem testemunhe, dificilmente se conquistarão adeptos e adesões.
Quando os bispos chegaram do Vaticano ouvi, entre certos católicos, que urgia reflectir sobre o posicionamento de cada um e de todos no mundo do trabalho, do lazer, da família, da cultura, das artes, da economia, da comunicação social (onde raramente os católicos se posicionam como tal), da solidariedade, etc. Contudo, e não obstante alguns esforços pontuais que decerto haverá para responder ao desafio do Papa, tudo continua como dantes. Eu sei que na Igreja, uma instituição com o peso de muitos séculos, as mudanças e as adaptações se processam muito cautelosamente. O pior é se, por causa dessas cautelas, não se avança mesmo nada. Mas como de pessimistas está o mundo cheio, vamos acreditar que o Espírito Santo não dorme e que alguns caminhos de renovação há-de suscitar em quem está no seio da Igreja, como primeiros responsáveis ou como simples baptizados, na certeza de que todos têm a obrigação de evangelizar e de catequizar.
FM
Penso que temos aqui uma boa razão para nos debruçarmos sobre o porquê de a Igreja Católica estar a ser ultrapassada, se olharmos, apenas, para os números das estatísticas. Há meses, os Bispos portugueses foram aconselhados pelo Papa, na visita Ad Limina, a reflectirem sobre a melhor maneira de os católicos se assumirem na sociedade, testemunhando a fé que dizem ter. A grande maioria dos portugueses afirmam-se católicos, mas na realidade sabe-se que não é verdade. Do dizer ao ser vai uma grande distância. E no mundo a situação deverá ser muito semelhante ao que se passa entre nós, salvo o devido respeito pelas diferenças históricas, culturais, políticas e sociais de cada povo.
Não há dúvida de que ainda temos muitos crentes que participam nas missas dominicais, mas todos reconhecerão que alguns deixam, nos templos, a fé que mostram ter. Na vida, admito, agem como se a mensagem evangélica não fosse para o dia-a-dia. E não havendo quem testemunhe, dificilmente se conquistarão adeptos e adesões.
Quando os bispos chegaram do Vaticano ouvi, entre certos católicos, que urgia reflectir sobre o posicionamento de cada um e de todos no mundo do trabalho, do lazer, da família, da cultura, das artes, da economia, da comunicação social (onde raramente os católicos se posicionam como tal), da solidariedade, etc. Contudo, e não obstante alguns esforços pontuais que decerto haverá para responder ao desafio do Papa, tudo continua como dantes. Eu sei que na Igreja, uma instituição com o peso de muitos séculos, as mudanças e as adaptações se processam muito cautelosamente. O pior é se, por causa dessas cautelas, não se avança mesmo nada. Mas como de pessimistas está o mundo cheio, vamos acreditar que o Espírito Santo não dorme e que alguns caminhos de renovação há-de suscitar em quem está no seio da Igreja, como primeiros responsáveis ou como simples baptizados, na certeza de que todos têm a obrigação de evangelizar e de catequizar.
FM