Na segunda-feira de Páscoa, o povo da Gafanha sempre a dedicou à Feira de Março. Quando eu era miúdo, os autocarros da Auto Viação Aveirense não paravam, sobretudo depois do almoço. O pessoal não tinha carro, como hoje. O meio de transporte mais usual era a "camioneta da carreira", como então se dizia. Nas paragens, os amigos da Feira apareciam em massa. Depois, era a compra de pequenas coisas que faziam falta ao dia-a-dia: a colher de pau, o tacho de barro, os brinquedos para a criançada, as farturas que sempre ali tiveram espaço, o saca-rolhas, os sapatos e a roupa feita, etc. Compras feitas, uma voltinha nos carrocéis, uma visita ao Poço da Morte, onde o Dias, do Stand Dias, mostrou como um jovem normal também lá sabia andar de mota, era o regresso com a tralha às costas. E as camionetas, com o tejadilho cheio, lá faziam o transporte de regresso a casa. Era um dia de alegria.
FM