DE COMO OS RAPAZES
ABANDONAVAM A ESCOLA
Caríssima/o:
Há coisas que têm tanta graça e tanta lógica como aquela anedota de almanaque:
- Senhora Professora, uma pessoa pode ser castigada por uma coisa que não fez?
- É claro que não, Teresinha!
- Sabe, é que não fiz o trabalho de casa...
E foi o caso.
O Olívio, que contava com a presença e o apoio do irmão mais velho que iria frequentar a 4.ª classe, sentiu-se, de um momento para o outro, como órfão: o Artur resolveu abandonar a Escola!
Era lá possível? Mas porquê? Não vês que uma pessoa sem estudos não vale nada? Anda, homem, faz ao menos a 4.ª classe!
Não... e não... e não!
Ai sim?! Então toma, e toma, e toma!, e amanhã voltas à Escola que a Senhora Professora já te mandou chamar!
Mas, no dia seguinte, o Artur levantou-se cedo e, quando o Pai chegou ao trabalho, já ele lá estava: percorreu a pé, sozinho, os quilómetros até à obra que andava em reparação...
- Ó Pai, eu quero trabalhar!
- Filho, eu preferia que voltasses para a Escola. Sabes, olha para mim que não sei ler nem escrever... e vês a falta que me faz.
- Mas eu já fiz o exame da 3.ª classe!... Agora quero trabalhar!
- Vais-te arrepender... Hás-de torcer a orelha mas ela não deita sangue...Mas pronto, não se fala mais nisso... Traz-me tijolos e depois a massa.
A Mãe até chorou “de raiva”... o rapaz não queria mas ele não sabia o que queria...
Reparou então o Olívio que também outros rapazes não tinham regressado à Escola para a 4.ª classe e todos andavam a trabalhar. E ele não compreendia!
O “aeiou” depressa o fez esquecer esta falta e os companheiros eram como se outros irmãos não só nas brincadeiras mas também no apoio dentro da sala.
Manuel
Caríssima/o:
Há coisas que têm tanta graça e tanta lógica como aquela anedota de almanaque:
- Senhora Professora, uma pessoa pode ser castigada por uma coisa que não fez?
- É claro que não, Teresinha!
- Sabe, é que não fiz o trabalho de casa...
E foi o caso.
O Olívio, que contava com a presença e o apoio do irmão mais velho que iria frequentar a 4.ª classe, sentiu-se, de um momento para o outro, como órfão: o Artur resolveu abandonar a Escola!
Era lá possível? Mas porquê? Não vês que uma pessoa sem estudos não vale nada? Anda, homem, faz ao menos a 4.ª classe!
Não... e não... e não!
Ai sim?! Então toma, e toma, e toma!, e amanhã voltas à Escola que a Senhora Professora já te mandou chamar!
Mas, no dia seguinte, o Artur levantou-se cedo e, quando o Pai chegou ao trabalho, já ele lá estava: percorreu a pé, sozinho, os quilómetros até à obra que andava em reparação...
- Ó Pai, eu quero trabalhar!
- Filho, eu preferia que voltasses para a Escola. Sabes, olha para mim que não sei ler nem escrever... e vês a falta que me faz.
- Mas eu já fiz o exame da 3.ª classe!... Agora quero trabalhar!
- Vais-te arrepender... Hás-de torcer a orelha mas ela não deita sangue...Mas pronto, não se fala mais nisso... Traz-me tijolos e depois a massa.
A Mãe até chorou “de raiva”... o rapaz não queria mas ele não sabia o que queria...
Reparou então o Olívio que também outros rapazes não tinham regressado à Escola para a 4.ª classe e todos andavam a trabalhar. E ele não compreendia!
O “aeiou” depressa o fez esquecer esta falta e os companheiros eram como se outros irmãos não só nas brincadeiras mas também no apoio dentro da sala.
Manuel