Primeiros estatutos aprovados
em 20 de Dezembro de 1957
Oficialmente, a Obra da Providência, instituição particular de solidariedade social, completa hoje meio século de vida. Foi fundada por duas vicentinas da Gafanha da Nazaré, Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira, antes dessa data, continuando, ainda hoje, a prestar à comunidade diversos serviços, tendo sempre em conta os mais pobres.
Neste dia de festa e de acção de graças, promovido pela direcção, a que se associam as fundadoras, aqui ofereço um excerto do livro em preparação, sobre a vida desta instituição, com sede na Gafanha da Nazaré:
Oficialmente, a Obra da Providência, instituição particular de solidariedade social, completa hoje meio século de vida. Foi fundada por duas vicentinas da Gafanha da Nazaré, Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira, antes dessa data, continuando, ainda hoje, a prestar à comunidade diversos serviços, tendo sempre em conta os mais pobres.
Neste dia de festa e de acção de graças, promovido pela direcção, a que se associam as fundadoras, aqui ofereço um excerto do livro em preparação, sobre a vida desta instituição, com sede na Gafanha da Nazaré:
Primeiros passos
A Conferência de Nossa Senhora da Nazaré, da Sociedade de S. Vicente de Paulo, foi criada na paróquia da Gafanha da Nazaré em 16 de Fevereiro de 1953, depois de um tempo de preparação, animado pelo prior Abílio Saraiva. Dela faziam parte, entre outras, Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira, que logo se envolveram no apoio aos mais carenciados de amor e de pão.
Nessa qualidade, as duas vicentinas ajudam naquele ano uma rapariga empregada numa taberna, que andava à procura de emprego. Havia sido despedida, por pressão de algumas mulheres de bacalhoeiros, junto do patrão, que receavam que os seus maridos perdessem a cabeça com ela. Este foi o primeiro passo que as havia de despertar para uma acção caritativa na paróquia e cuja meta estavam longe de sonhar. Sabiam, isso sim, que tinham de fazer alguma coisa de concreto por raparigas e mulheres como esta, que desejavam viver com dignidade, obviamente à margem da prostituição, uma escravatura de todos os tempos. Como é sobejamente conhecido, à época, qualquer simples mãe-solteira teria muitas dificuldades em se empregar.
Algum tempo depois, três jovens, de passagem pela freguesia e integradas numa “Barraca de Tiro” ambulante, sabem do apoio dado à rapariga já referida. Tomam a iniciativa então de aparecer em casa de Maria da Luz Rocha, de malas na mão, pedindo que as ajudassem a levar uma vida digna, longe dos ambientes em que se encontravam envolvidas.
Maria da Luz Rocha era uma viúva recente e tinha quatro filhos pequenos para sustentar e educar. Recebe-as a título provisório em sua casa, até que, com a sua colaboradora, possa decidir o que fazer, no sentido de as ajudarem a descobrir soluções respeitáveis para a sua sobrevivência.
As duas vicentinas não mais pararam: movimentam amizades e procuram arranjar-lhes empregos decentes e de acordo com as suas capacidades e necessidades. Muitas tentativas saem frustradas, dada a forte rejeição da sociedade às raparigas marcadas por ambientes menos próprios na zona, onde eram convidadas, depois dos horários de trabalho, a saírem à noite, o que elas não queriam. Sabiam, naturalmente, qual era a finalidade do convite.
O filme “Ao longo da rua”, que contava a história de mãe-solteira que havia sido rejeitada pelo namorado e pai do filho e pela comunidade, mais acicatou em Maria da Luz o desejo de lutar contra a sociedade injusta, apesar da grande maioria da população portuguesa se dizer católica.
Mais uma aparece, entretanto. A bola de neve começa a crescer e a movimentar-se, imprimindo muito ânimo a Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira.
Nessa qualidade, as duas vicentinas ajudam naquele ano uma rapariga empregada numa taberna, que andava à procura de emprego. Havia sido despedida, por pressão de algumas mulheres de bacalhoeiros, junto do patrão, que receavam que os seus maridos perdessem a cabeça com ela. Este foi o primeiro passo que as havia de despertar para uma acção caritativa na paróquia e cuja meta estavam longe de sonhar. Sabiam, isso sim, que tinham de fazer alguma coisa de concreto por raparigas e mulheres como esta, que desejavam viver com dignidade, obviamente à margem da prostituição, uma escravatura de todos os tempos. Como é sobejamente conhecido, à época, qualquer simples mãe-solteira teria muitas dificuldades em se empregar.
Algum tempo depois, três jovens, de passagem pela freguesia e integradas numa “Barraca de Tiro” ambulante, sabem do apoio dado à rapariga já referida. Tomam a iniciativa então de aparecer em casa de Maria da Luz Rocha, de malas na mão, pedindo que as ajudassem a levar uma vida digna, longe dos ambientes em que se encontravam envolvidas.
Maria da Luz Rocha era uma viúva recente e tinha quatro filhos pequenos para sustentar e educar. Recebe-as a título provisório em sua casa, até que, com a sua colaboradora, possa decidir o que fazer, no sentido de as ajudarem a descobrir soluções respeitáveis para a sua sobrevivência.
As duas vicentinas não mais pararam: movimentam amizades e procuram arranjar-lhes empregos decentes e de acordo com as suas capacidades e necessidades. Muitas tentativas saem frustradas, dada a forte rejeição da sociedade às raparigas marcadas por ambientes menos próprios na zona, onde eram convidadas, depois dos horários de trabalho, a saírem à noite, o que elas não queriam. Sabiam, naturalmente, qual era a finalidade do convite.
O filme “Ao longo da rua”, que contava a história de mãe-solteira que havia sido rejeitada pelo namorado e pai do filho e pela comunidade, mais acicatou em Maria da Luz o desejo de lutar contra a sociedade injusta, apesar da grande maioria da população portuguesa se dizer católica.
Mais uma aparece, entretanto. A bola de neve começa a crescer e a movimentar-se, imprimindo muito ânimo a Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira.