É já no primeiro dia do ano que o tabaco vai acabar nos edifícios públicos e nos restaurantes. Excepto nos que declaradamente optem por fumadores. Os não fumadores ficam a ganhar. Ainda há tempos aqui disse que tive de suportar, num conhecido restaurante da Bairrada, o fumo de um indivíduo, que, pelos vistos, não tem qualquer noção do respeito que deve aos outros. Como não fumador, concordo plenamente com a lei que vai entrar em vigor, mas não sou fundamentalista, ao ponto de pedir que se acabe com a comercialização do tabaco. Nada disso. Cada um que viva a sua liberdade, tendo sempre em consideração a liberdade dos outros.
Com esta nova lei, não faltam uns “filósofos” a atacar os direitos dos não fumadores. Que a sua liberdade, dizem eles, está a ser prejudicada. Que é um atentado fundamentalista a ao direito dos que gostam de fumar. Que o tabaco até é inspirador de artistas e de trabalhadores. Que o tabaco é companheiro em horas de angústias. Que o tabaco, afinal, não faz o mal que apregoam. Que tanto morrem de cancro os fumadores como os não fumadores. Que há outros produtos viciantes e maléficos, como o vinho, e que ninguém os proíbe. E por aí adiante…
Pode ser que seja como eles dizem. Mas então que fumem onde possam usufruir desses benefícios, sem conspurcarem o ar puro que outros desejam. Onde houver, por exemplo, restaurantes para eles, sirvam-se aí à vontade. Que eu prometo que só entrarei onde houver o dístico “Para não fumadores”. E que todos vivam felizes!
Fernando Martins
NB: Um dia destes hei-de contar uma história que vivi num hospital, a propósito do tabagismo.