PEDRO SEM
Caríssima/o:
O nosso primeiro neto nasceu no Porto, como aliás todos os outros, à excepção dos que vivem na Escócia.
Portanto, e se mo permitis, indo à descoberta das suas raízes, dedico a lenda do Pedro Sem ao Tomás, já que a esta cidade do Porto anda ligada, de uma forma especial, a sua Família paterna.
Aparece assim na versão de Viale Moutinho:
«Bem, mas uns escrevem com S outros com C, mas será com S. Pedro Sem e não Pedro Cem. O homem vivia naquela torre hoje adossada ao antigo paço episcopal. Era rico, usurário e tinha pena de não ser nobre. Mas um dia arranjou um expediente através de um nobre arruinado a quem saldaria a dívida se o outro lhe desse a filha em casamento. Deu, seja: vendeu-a assim. E em plena boda, num belo dia de sol, foi anunciada a chegada dos seus barcos vindos do Oriente, carregados de riquezas. Pedro levou os convidados à varanda para verem chegar as suas naus à foz do Douro.
E suspirou que Deus o poderia empobrecer. Naquele instante produziu-se uma tempestade tamanha que estragou a festa. Os barcos, um a um, afundaram-se. E toda a gente fugiu de ao pé dele, assustadíssima.
Reconheceram-no, tempos depois, mendigando pelas ruas da antiga baixa portuense, estendendo a mão à caridade pública:
-Uma esmolinha para o Pedro Sem que já teve muito e agora nada tem!»
[V. M. , 210]
Manuel
Caríssima/o:
O nosso primeiro neto nasceu no Porto, como aliás todos os outros, à excepção dos que vivem na Escócia.
Portanto, e se mo permitis, indo à descoberta das suas raízes, dedico a lenda do Pedro Sem ao Tomás, já que a esta cidade do Porto anda ligada, de uma forma especial, a sua Família paterna.
Aparece assim na versão de Viale Moutinho:
«Bem, mas uns escrevem com S outros com C, mas será com S. Pedro Sem e não Pedro Cem. O homem vivia naquela torre hoje adossada ao antigo paço episcopal. Era rico, usurário e tinha pena de não ser nobre. Mas um dia arranjou um expediente através de um nobre arruinado a quem saldaria a dívida se o outro lhe desse a filha em casamento. Deu, seja: vendeu-a assim. E em plena boda, num belo dia de sol, foi anunciada a chegada dos seus barcos vindos do Oriente, carregados de riquezas. Pedro levou os convidados à varanda para verem chegar as suas naus à foz do Douro.
E suspirou que Deus o poderia empobrecer. Naquele instante produziu-se uma tempestade tamanha que estragou a festa. Os barcos, um a um, afundaram-se. E toda a gente fugiu de ao pé dele, assustadíssima.
Reconheceram-no, tempos depois, mendigando pelas ruas da antiga baixa portuense, estendendo a mão à caridade pública:
-Uma esmolinha para o Pedro Sem que já teve muito e agora nada tem!»
[V. M. , 210]
Manuel
Foto: Torre de Pedro Sem, no Porto