sexta-feira, 12 de outubro de 2007

PARQUE INFANTE D. PEDRO





AINDA HÁ MUITA GENTE QUE GOSTA DE VISITAR O PARQUE

Ontem estive no Parque Infante D. Pedro, que não visitava há anos. A vida é assim. Passamos por estes locais que, de alguma forma, foram marcantes na cidade, qual sala de visitas da urbe, com certa indiferença, sem justificação. Hoje as salas de visitas são os centros comerciais, com uma enorme panóplia de desafios que se tornam irresistíveis para muitos.
Ao parque íamos sempre nas horas vagas da escola, sobretudo quando surgia algum “feriado”. Por ali andávamos uns com os outros, ora a ver quem estava, uns a fumar outros não, por vezes navegando no lago, onde se aprendia a manejar os remos, ora namoriscando, enquanto outros apreciavam. Alguns liam o Cavaleiro Andante ou o Mundo de Aventuras, outros os jornais desportivos. Era assim há bons 50 anos…
Ontem encontrei quase tudo igual. A mesma alameda, os mesmos trilhos, a mesma ponte, a mesma Casa do Chá, como na altura era conhecida, o mesmo campo de jogos, os mesmos jardins. Decerto ali estavam muitas mas mesmo muitas árvores daquele tempo, o mesmo lago com patos nadando à espera de pão que lá se vendia. Um senão. Triste. O lago cheirava mal. Água turva. Nem sei como é que os patos resistem. Ali, no parque Infante D. Pedro, onde é desejável que tudo seja convidativo.
Vejam isso, senhores autarcas. É que, como vi, ainda há muita gente que gosta de visitar o parque. E de correr, e de jogar, e de conversar… à sombra do arvoredo.

FM

2 comentários:

  1. Antigamente o lago era limpo periodicamente. Talvez a última tenha sido no nosso tempo da Secundária aí há uns cinquenta anos pois. Antes disso já tinha sido limpo pelo menos uma vez com a colaboração de um conterrâneo nosso que mais tarde foi galardoado Comendador. Não por isso, de que tinha muito orgulho, mas por outras obras consideradas de interesse para a comunidade imigrante portuguesa. Trata-se do sr Pe Artur Ferreira Sardo que durante os seus estudos em Aveiro no ensino secundário nocturno, trabalhava durante o dia no Parque Infante D. Pedro, que para nós era tão e simplesmente o "Parque". Não me admira por isso a sua grande ligação às flores, plantas, cactos e outros elementos às vezes tão ignorados nos dias que correm. Daqui lhe presto a minha homenagem neste cantinho que me proporcionou.
    Obrigado

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  2. Meu caro João

    Gostei imenso deste teu contributo. É assim, desta maneira simples, que se faz a história da nossa geração. E foi muito bom teres recordado o nosso saudoso Padre Artur Sardo. Um dia destes hei-de falar dele. Há gafanhões que não podem cair no esquecimento...

    Obrigado pelas tuas achegas. Cá fico à espera de mais

    Um abraço

    Fernando Martins

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