domingo, 14 de outubro de 2007

ARES DO OUTONO



EPÍLOGO

Não receio fantasmas nem duendes
Na jornada que vai quase a findar…
Hoje como ontem, meu Desejo, acendes
O mesmo facho para me guiar.

Ontem como hoje, uma lição aprendes
Na luz do Sol, na longa voz do mar:
- Que, se é grande a saudade a que te prendes,
Maior é sempre a glória de esperar…

Toda a noite amamenta a manhã nova…
E o mar, onda após onda, já renova
Sem apelo de longe em seu clamor.

Eternidade desta vida breve!
- Nunca morre a ansiedade que te leve
A criar, dia a dia, a paz e o amor…

João Barros

In VÉRTICE, revista de cultura e arte, Junho de 1952

Sem comentários:

Enviar um comentário