OUTONO
A chuva na cidade incerta e muda
planta subúrbios de crepúsculo
nos amarelos álamos do rio.
E, por dentro das minhas mãos,
pousadas de frio
nos rins tão fatigados da tarde
ou no áspero feno da insónia
Apagam-se (a asa é sempre pouca)
os pássaros que de sal
vestem minha pele,
tecem minha boca.
Armor Pires Mota
A chuva na cidade incerta e muda
planta subúrbios de crepúsculo
nos amarelos álamos do rio.
E, por dentro das minhas mãos,
pousadas de frio
nos rins tão fatigados da tarde
ou no áspero feno da insónia
Apagam-se (a asa é sempre pouca)
os pássaros que de sal
vestem minha pele,
tecem minha boca.
Armor Pires Mota
In TRISTES PÁSSAROS DE BABILÓNIA