quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 7

Loch Ness
DOIS POSTAIS ILUSTRADOS
DA ESCÓCIA
Caríssimo/a: Todos os países e regiões têm os seus postais ilustrados. Qual será o da nossa região? E da nossa terra? Da Escócia há dois que todos conhecemos ou não se tratasse do whisky e do monstro de Loch Ness . 1. Não sou grande apreciador desta “deliciosa quão famosa” bebida. Contudo, há anos o Peter teve a amabilidade de nos levar a uma destilaria. Visita guiada, assim como nas caves do vinho do Porto, terminando com a prova. Já vínhamos a caminho do carro quando, a propósito da água, nos é indicado o local e a forma da extracção do famoso líquido que está na base do Whisky. “São ideias”, pensei eu… e presunção. E lembrei-me daqueles cozinheiros que, nas feiras gastronómicas, vão elucidando que os seus cozinhados lá têm a água que trouxeram da sua terra!… Há dias, com a Enciclopédia Britânica na mão li este esclarecedor parágrafo: “The whiskies produced in each country (Scotland, Canada, Ireland, U. S) are distinctive in character because of differences in method of production, type and character of the cereal grains and, most important, the quality and character of the water employed. For example, Scotch whisky is inimitable because only Scotland can be found the spring water that rises through a red granite formation and then passes through peat moss country.” (EB, 23, 570) [O sublinhado é meu.] Temos que dar razão àqueles que dizem “água da Escócia” referindo-se ao tal whisky inimitável. [Parece que ainda estou a ver um certo ar de dúvida, ainda não estais convencidos… Pois bem, um testemunho insuspeito e de uma dona de casa: - Olha para isto, que maravilha a fazer espuma!… Esta água é mesmo boa, a sopa é só uma fervura rápida e está cozida! E então se não temos cuidado as batatas desfazem-se logo!… Vê lá que quando estão com tosse vão à torneira e bebem aquela água gelada…] 2. Era rapazinho dos meus doze anos quando se me abriram as portas dos armários da biblioteca da ti Madalena Russa. Um dos livros que nos veio às mãos (às minhas e às dos seus filhos, que me aceitavam como seu amigo de brincadeiras e passatempos), foi o que falava do monstro do Loch Ness, com toda a sua fantástica história e fantasmagóricas fotografias… Não foi, pois, sem alguma emoção e curiosidade que aceitámos a viagem proporcionada às margens do célebre loch (esta é uma palavra escocesa que quer dizer lago, pois claro, e que tem a sua pronúncia própria; só ouvindo…). Podia entrar no jogo do Nessie (desculpem: esquecia-me de dizer que os Escoceses chamam ao monstro, carinhosamente, Nessie!) e, sem pôr pitada de pintura, invenção ou imaginação, descrever os momentos que passei ali como dos mais intrigantes da minha vida: nevoeiro frio cerrado, de se cortar à faca, e que foi aumentando à medida que o tempo ia passando… Nós lá íamos espreitando, mudando de margem, para descobrir sombra ou rasto do Nessie… Não víamos nada além do nosso nariz. E ficámos a pensar se não teria sido uma brincadeira ou uma birra do monstro como quem diz “vêm estes armados em espertos e querem logo ver tudo… Muito já eles sabem. Desça o véu!” Li algures duas pequenas frases com as quais quero terminar, mas sem antes confessar a minha admiração pela lição que nos dão ao conservarem estas lendas e mitos como base da sua identidade! Pois então, amigo Nessie: “Para o teu bem espero que não existas. Mas se existes, espero que ninguém te encontre.” Manuel

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