CORES DE AVEIRO
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Caríssimo/a:
Será que as cidades têm cor?
Quem souber que responda; eu apenas sei que a minha Aveiro é toda ela uma aguarela que sempre me encantou e seduziu...
De todas as povoações beijadas pela Ria, Aveiro foi a que mais profundamente se deixou invadir pelas marés; e, assim sendo, encantamento e sedução os atribuia ao sal, aos nevoeiros e neblinas, às nortadas e calmarias.
Porém, o Congresso sobre Arte Nova e os livros que me surgiram, mostraram-me que ...
E mais escrevi, abrindo o livro de Amaro Neves: «A Arte Nova em Aveiro e seu Distrito». Dizia também que pegando-me pela mão, me levou a admirar fachadas e a espreitar o interior de prédios e casas e solares e palácios aí me revelando a cantaria, a carpintaria, passando à serralharia (aquele gradeamento da varanda com uma borboleta em ferro forjado, na “vila Cecílio”...), ao estuque, ao mobiliário, à pintura, à azulejaria.
Realçava eu as “cores arte nova”, com “tons verdes e amarelos vivos... vermelho de intenso colorido... azuis e brancos de gradações diferentes...”, enfim, “cores vivas e geralmente contrastantes”...
Nesse instante o sistema operativo do computador deixou de responder, e quedei-me como se estivesse encostado àquela parede a abrigar-me da chuva. Que me resta fazer: esperar que a chuva passe ou avançar? Avancei e ... tudo o que havia escrito se apagou.
E agora onde ia encontrar a luz e a cor que se espraiam e nos levavam a subir os empedrados antigos, ruas e vielas acima, a caminho do Liceu ou da Escola Comercial?
Sendo-me impossível apresentar-te o meu escrito, fica o convite para que montes na buga e te surpreendas, em cada esquina, com as cores de Aveiro!
Manuel