sexta-feira, 11 de agosto de 2006

ARTE DA XÁVEGA

Barco da "xávega"
:: Autarquia recria Arte Xávega na Vagueira ::
Agendada para sábado, da parte da tarde (se o estado do mar o permitir), a acção visa promover turisticamente a praia da Vagueira, ao mesmo tempo que pretende preservar e valorizar os usos e costumes daquela região.
A safra, como vulgarmente é conhecida, tem alguns nomes de referência na Vagueira. Gente amargurada mas com «alma boa», habituada a sofrer que deixou a Escola muito cedo e passou a vida inteira a trabalhar e a olhar o mar. «Isto é a minha vida, não quero outra», disse um dos filhos do João da Murtosa, que nunca se acobarda porque «se a gente desanima o barco vai ao fundo».
Com o desaparecimento do António Maltez, recentemente falecido num brutal acidente de viação no cruzamento da Estrada do Meio», o «patrão» da pesca na Vagueira continua a ser João da Murtosa.
João da Murtosa é rapaz para 70 anos. Está na Vagueira desde 1957. Moliceiro experimentado, «encalhou» o barco, como costuma dizer, na Gafanha do Cale da Vila (Ílhavo) quando tinha 18 anos. E por ali ficou até completar 22. Começou por atar «chicotes» (nome dado à corda que andava sempre atrás dos bois, quando se puxa a rede), na Torreira. Depois de casado transferiu-se para a Vagueira, que viu crescer como praia há mais de três décadas.
Pediu dinheiro emprestado ao tio, para comprar um barco usado, porque queria trabalhar por conta própria. Foram «apenas» 500 escudos, porque na altura um barco novo custava dois contos e quinhentos. Pagou em quinze dias àquele familiar, que entretanto já tinha negociado o referido a dívida com o Zé Ribeiro, que lhe ficou com uma eirada de milho.
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