quinta-feira, 4 de maio de 2006

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa – 3 de Maio

José Carlos de Vasconcelos e Alexandre Cruz, do CUFC
José Carlos de Vasconcelos no CUFC Liberdade de imprensa
implica responsabilidade
José Carlos de Vasconcelos, director do JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias e coordenador editorial da revista Visão, esteve ontem à noite, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), em mais uma Conversa Aberta, integrada no Fórum::UniverSal, projecto que se desenvolve todas as primeiras quartas-feiras de cada mês. Esteve para falar em sessão comemorativa do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de Maio, tendo desenvolvido o tema “Liberdade de Imprensa: informar ou deformar?”. José Carlos de Vasconcelos, uma autoridade na matéria, não se cansou de sublinhar que “Liberdade, qualquer que ela seja, implica sempre responsabilidade”, sobretudo numa sociedade democrática, já que somente os regimes totalitários não a aceitam. O director do JL frisou que “todas as liberdades são solidárias” e que os jornalistas devem cultivar a seriedade e o respeito pelos outros, sendo certo e visível que a muitos deles “sobe o poder à cabeça”. Referiu que a comunicação social “é mais uma liberdade do que um poder”. Ao mesmo tempo adiantou que a liberdade de imprensa pressupõe independência, realidade muito difícil de conseguir, quer pelas exigências das audiências, quer das tiragens. Alertou, ainda, para os riscos que advêm dos grupos económicos e outros poderes concentrarem em si diversos "media", fazendo valer, por vezes, os seus interesses, com prejuízo para a real liberdade dos jornalistas. José Carlos de Vasconcelos denunciou que as TVs fazem políticos, como aconteceu com os dois últimos primeiros-ministros, enquanto defendeu uma melhor qualidade dos programas, que têm de ser “interessantes e com interesse”. Por outro lado, sugeriu aos órgãos de comunicação social que publiquem “a boa notícia do dia”, como forma de contrabalançar os conteúdos, carregados, normalmente, de dramas, escândalos, futilidades e sensacionalismos. Entretanto, foi dizendo que os maus programas televisivos “são o reflexo da nossa sociedade”, tendo acrescentado que ainda há espaço para os bons projectos jornalísticos. Disse que as “opiniões” nos jornais não são, por norma, de jornalistas e que há muitos profissionais da comunicação social que misturam, frequente e erradamente, as suas ideias nas reportagens e nas entrevistas que fazem. Ainda referiu a importância de se educar o “sentido crítico” dos cidadãos, dando-lhes capacidade de “filtrar” os programas a ver. Fernando Martins

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