Abrir as portas
do coração!
De portas fechadas, sejam as das casas ou as do coração, não se vai a lado algum. Cristo ressuscitado ultrapassa essas barreiras da ordem do físico e faz-nos ver bem mais longe. Com as portas fechadas, e cada um fechado em si mesmo a afundar-se nas águas do medo (eles lá estavam com medo dos judeus), não há qualquer futuro. Nascemos de portas abertas ao Outro e aos outros!
A certa altura, em comunidade (eles) sabem orar, celebrar, partilhar! Os efeitos aí estão: sentem a companhia especial, apaga-se a solidão e o desespero, sentem em seu coração a voz abundante do mesmo Jesus que diz: “A Paz esteja convosco!”.
Não é uma paz uma paz estática. É uma paz insistente (três vezes), dinâmica, uma chama de paz a reclamar compromisso (“também eu vos envio a voz”). É uma paz que sabe vencer a dúvida, mas que acima de tudo sabe enfrentá-la com a coragem de quem procura a verdade plena.
Ainda bem que Tomé, falando em nome dos Doze e em nome das nossas dúvidas, soube duvidar e querer conversar com Jesus mais profundamente; graças a Deus que Tomé nos ajuda a abrir as portas do nosso coração, rebentando com as fronteiras físicas do tocável para vermos o “invisível”.
Agora sim, já entendemos! Essa força redescoberta como efeito da FÉ, a Paz, move então toda a vida dos Apóstolos. Sentem o Senhor com eles; renovam, no primeiro dia da semana, o seu compromisso em comunidade que gera “força”. Com esta luz interior, movidos pelo Espírito do Senhor, então já entendemos o que acontece no Actos dos Apóstolos: são a continuação da “presença” de Jesus.
Quem dera que cada Pessoa abra, humildemente, as portas do seu ser pessoal para, em Comunidade, colocar a vida em comum e assim ser possível a Páscoa em cada dia! Ajuda-nos, Senhor, nesta essencial missão de Verdade e Paz! Abre-nos, sempre mais, as portas do coração à Tua feliz presença!