

O CÉU
Ó céu profundo e virgem;
Val de estrelas em flor onde murmura a origem
Das almas e das cousas…
Refúgio azul das lágrimas saudosas
Que alumiam a face do Senhor,
Infinita e invisível como a dor!
Tudo o que vai da terra encontra-se no céu;
O riso que se apaga, a cor que anoiteceu
E o canto que fechara os olhos, moribundo…
É o ar que Deus respira a dor que exala o mundo.
In “A Poesia de Teixeira de Pascoaes”, prefaciada por Jorge de Sena, Brasília Editora
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NB: Extraí este texto da revista XIS desta semana. E faço-o para sublinhar a sensibilidade da directora, Laurinda Alves, que semana a semana nos brinda e nos desafia com textos que fazem pensar, seus e de outros.
F.M.