Muitos portugueses têm vindo, ultimamente, a ser "tocados" pela campanha "Pobreza Zero", uma acção internacional desencadeada por cerca de 900 organizações não governamentais de de-senvolvimento, oriundas de 70 países. Esta campanha faz apelo a cada um de nós, para uma participação mais activa e solidária na luta contra a pobreza. Foi assim que o recente concerto dos U2 em Lisboa representou, sem dúvida, um importante impulso para as iniciativas da Oikos (Associação de Cooperação e Desenvolvimento, coordenadora da campanha em Portugal, a decorrer desde Julho, e que pode ser acompanha- da através do site www.pobrezazero.org). As pulseiras brancas (símbolo internacional da luta contra a pobreza) também têm sido distribuídas amplamente no nosso país, e um manifesto-apelo da sociedade civil para uma acção global contra a pobreza no mundo - subscrito por milhares de cidadãos - foi entregue, no passado dia 9 de Setembro, no Gabinete do primeiro-ministro.
Participar, actuar, exigir dos governos o cumprimento das promessas estabelecidas na Declaração do Milénio, ou seja, concretizar os oito objectivos específicos para o desenvolvimento mundial, aprovados pelas Nações Unidas, em 2000, é uma tarefa que nos deve mobilizar a todos! Não podemos esquecer que, então, chefes de Estado e de Governo, entre os quais o nosso, declararam solenemente a sua determinação política de, até 2015, reduzirem para metade a fome e a pobreza extrema. É certo que faltam ainda dez anos para se cumprirem as premissas estabelecidas nos Objectivos do Milénio, esse "catálogo" de compromissos que incorpora algumas das recomendações das conferências mundiais realizadas entre 1992 e 1996, com destaque para a Cimeira da Terra (Rio de Janeiro, 1992), a Conferência sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994) ou a Cimeira Mundial sobre Alimentação (Roma, 1996).
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