No dia 19 de Abril, ao final da tarde, os Cardeais eleitores escolhiam o Cardeal Joseph Ratzinger para suceder a João Paulo II. A eleição gerou uma onda de desconfiança perante a herança de um pontificado excepcional, de 26 anos e meio, num mundo em mudança, com desafios específicos em cada continente: desde a pobreza e as desigualdades sociais à secularização e indiferença religiosa, passando pelo diálogo com as outras religiões e o relativismo moral.
Quando, há quase 27 anos, foi apresentado ao mundo o Cardeal Karol Wojtyla houve uma espécie de atordoamento geral; há seis meses, pelo contrário, todos sabiam (ou julgavam saber) quem era aquele homem que surgia vestido de branco.
O primeiro livro do novo Papa tem um título significativo: “A Revolução de Deus”. Essa parece, de facto, ser a primeira marca do pontificado de Bento XVI, um homem que durante décadas foi o “ódio de estimação” de vários sectores do catolicismo.Como refere D. Manuel Clemente, Bispo Auxiliar de Lisboa, no prefácio à edição portuguesa deste livro, “Bento XVI começa o seu pontificado com a mesma convicção de toda a vida: a pessoa humana-divina de Cristo é a substância do Cristianismo, como novidade e anúncio, irredutível a qualquer preconceito ou manipulação”.
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