Deus não tem relógio; nem precisa de calendário; o tempo não conta, para Quem é Senhor de todo o tempo.
Nós, sim; temos urgência em não estragar o tempo que nos é dado; sentimos que é preciso não perder nem o tempo, nem as oportunidades; porque o tempo tem valor de eternidade; perdê-lo, pode ser motivo de outras perdas, também irrecuperáveis, tal como os minutos ou os segundos.
Por vezes estamos por aí nas praças da ociosidade; a fazer tempo, ou a estragá-lo; como se já tudo estivesse feito; ou, então, como quem só conta com o trabalho dos outros...
Deus passa; aceita a humildade de bater à nossa porta e de esperar, pacientemente, que Lhe demos licença de entrar; e, se o fizermos, Ele faz festa connosco; e no silêncio e no decorrer da “ceia”, vai-nos revelando os segredos da tranquilidade e da paz.
Ele não tem pressa; nem paga melhor aos que chegarem mais cedo. Pagará sempre, bem, àqueles que vêm, decididos, com vontade firme de ficar. Porque a lógica de Deus é diferente da nossa maneira de ver ou de julgar.
O que Ele quer é o nosso sim convicto, sincero, autêntico e generoso, com a vontade firme de acertar nos Seus caminhos, tão diferentes dos nossos.
Estamos à procura; mas Ele está perto de quantos O invocam com sinceridade.
In "Diálogo", 1040 - XXV DOMINGO COMUM