O Convento da Arrábida recebeu esta semana mais um “Encontro da Arrábida”, dedicado ao papel das instituições da sociedade civil na luta contra a pobreza e a exclusão social.
O coordenador do encontro, Edmundo Martinho, explica ao programa Ecclesia que estes dias “demonstram a importância nuclear das organizações cívicas nesta área, promovendo políticas de inclusão”.
A iniciativa foi uma oportunidade para se analisar e reflectir em torno dos objectivos da ONU de reduzir para metade o número de pobres no Mundo até 2015. Só em Portugal estima-se que haja cerca de um milhão de pobres, ou seja, 20% da população, situação agravada pelos fluxos migratórios dos PALOP e, também, do Leste Europeu.
Edmundo Martinho aponta para o “potencial imenso” que as organizações da sociedade civil representam em Portugal, “sobretudo se pensarmos que este conjunto representam milhares e milhares de pessoas que voluntariamente oferecem o seu esforço para que a vida dos portugueses seja melhor”.
Este responsável admite a existência de dificuldades “no relacionamento entre instituições do sector social e do Estado, as questões do voluntariado e do profissionalismo, os modelos de financiamento”. Acima destes problemas, contudo, o coordenador do encontro aponta a “vontade destas instituições em continuarem a sua luta contra a pobreza e a exclusão”.
Sobre os vários programas direccionados para estas áreas, Edmundo Martinho sugere que todo o esforço “seja orientado no sentido da qualificação e do combate à exclusão”.“Os recursos têm de ser canalizados, cada vez mais, para as pessoas que deles necessitam verdadeiramente”, acrescenta.
As organizações representadas na Arrábida apresentavam uma configuração variada no que diz respeito à “qualidade da intervenção”, podendo-se detectar uma qualificação crescente no modo como as mesmas trabalham. “Embora em muitas circunstâncias o estilo inicial tenha muito que ver com a vontade de bem fazer, é certo que progressivamente as organizações vão percebendo que é preciso acrescentar outros tipos de métodos, capacidade técnica, qualificação”, conclui Edmundo Martinho.
A 1 de Outubro acontece o Encontro "Instrumentos de Gestão para o Terceiro Sector”. O objectivo deste encontro é fornecer a todos os que nele participarem uma abordagem geral da gestão de instituições sem finalidade lucrativa, orientada para a aquisição de instrumentos e o aperfeiçoamento dos métodos de actuação dos seus responsáveis. Pretende-se atingir um público-alvo que já tenha algum contacto com este sector (funcionários, voluntários, dirigentes, etc.), contribuindo para o esclarecimento de dúvidas que se colocam todos os dias em sectores chave da gestão destas instituições.Mais informações em www.foriente.pt/pt/encontros
Fonte: ECCLESIA