domingo, 8 de maio de 2005
Um poema de Nuno Júdice
PASSADO
Passou o vento, passou o dia,
passou a noite e a manhã,
passou o tempo, passou a gente,
passou cada hora de amanhã;
passou um canto esquecido
nos cantos de cada passo,
passou ao dizer que passo
sem se lembrar do compasso;
passou a vida como se nada fosse,
só passou e foi-se embora,
passou à pressa, sem demora,
e passou tudo a quem ficou;
e se mais não passou
no fim de tudo ter passado,
foi porque algo se passou
no último passo que foi dado
In Geometria Variável,
da Editorial Dom Quixote
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