Ao nível das políticas familiares, “os países do Norte da Europa estão mais desenvolvidos” – é o resultado do «Estudo comparativo das políticas familiares na Europa dos 15», apresentado no II Serão Nacional da Família, em Lisboa, dia 14 de Maio. Em declarações à Agência ECCLESIA Joana Pereira, uma das autoras do estudo juntamente com Maria Luisa Toledo Gomes, salientou que “a Dinamarca tem condições de defesa das famílias muito superiores a Portugal”. A própria cultura portuguesa não “tem muita sensibilidade de as próprias empresas fomentarem medidas de apoio à família”. E acrescenta: “se um pai, apesar da licença de paternidade estar legislada, pede 5 dias a entidade patronal fica um pouco reticente”.
Esta falta de sensibilização “é um problema gravíssimo” – critica Joana Pereira. Ao efectuar o estudo, a investigadora refere que “não estamos em último lugar no ranking dos 15” mas “Portugal, Espanha, Grécia e Itália” são os países mais preocupantes. No topo está a Dinamarca porque tem “uma política que ajuda a família”.
Para inverter esta lógica, Joana Pereira pede uma “consciencialização do Estado” e a fomentação “do trabalho em part-time”. Tópicos que promovem a família.Se não existir uma “boa conciliação” entre o papel familiar e profissional, o trabalhador “não rende a 100%”. As empresas “não têm essa noção” quando exigem “o trabalho ao fim de semana” – denuncia. Factores que fazem com que Portugal tenha “uma taxa de natalidade baixíssima”. E conclui: “as políticas têm de dar as mãos e valorizar a família”.