quarta-feira, 2 de março de 2005

Voluntariado Hospitalar

Sorangel Capão

Há jovens atentos aos que mais sofrem 

Quem vai ao Hospital Infante D. Pedro de Aveiro não pode deixar de se cruzar com os voluntários, gente de bata amarela que se dispõe a dar-se aos que mais sofrem, oferecendo alegria, generosidade, carinho e a mão amiga, em horas de dor, a quem tanto precisa. São pessoas habitualmente não muito jovens, mas que mostram uma juventude a toda a prova. Serão as suficientes? Sei que não. São precisas muitas mais. 
Quando soube que algumas (é mesmo algumas) jovens se dispuseram a preparar-se para engrossar, ainda que ligeiramente, o corpo de voluntários hospitalares, não pude ficar indiferente a este gesto. Por isso, procurei uma delas para que me dissesse algo deste seu propósito. 
A Sorangel Capão, 21 anos, estudante da Universidade de Aveiro, mostrou-se optimista, quanto à experiência que espera iniciar em breve, ainda como estagiária. Quer ser voluntária, porque não admite estar no grupo daqueles que "andam por aí sem fazer nada". Daqueles que passam a vida a "desperdiçar horas e horas em coisas totalmente inúteis e fúteis", quando há tanta gente a necessitar da nossa ajuda. 
Sabe que a vida é muito exigente, mas também reconhece que, se quisermos, é sempre possível dedicar algum do nosso tempo aos outros. Espera, assim, dar um pouco da sua alegria aos doentes. Mas também sabe que, no hospital, vai mais para ouvir do que para falar. No fundo, como me sublinhou, espera receber mais do que aquilo que vai dar. 
A Sorangel, que respondeu a um convite do CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), acredita que podemos contribuir para um mundo mais solidário. Só tive pena de saber que nenhum jovem se dispôs a acompanhar as suas colegas universitárias ou trabalhadoras.

 F.M.

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