O antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva e actual presidente da Agência Portuguesa de Investimento, Miguel Cadilhe, sugeriu a venda de ouro das reservas do Banco de Portugal, para investimento na reforma da Administração Pública, noticiou o PÚBLICO ONLINE.
Depois de afirmar que as reservas de ouro do Banco de Portugal são intocáveis para resolver problemas de despesas correntes, considerou que, no caso da modernização da Administração Pública, as vendas de ouro podem ser um investimento de elevado mérito.
Portugal, que já foi dos países com maiores reservas de ouro, tem visto diminuir o "stock" à guarda do Banco de Portugal. Antes do 25 de Abril, havia 865,9 toneladas de ouro, 180 das quais foram vendidas nos dois primeiros anos da revolução dos cravos. Depois foram mais algumas toneladas e nos últimos três anos saíram 145. Restam, agora, 462,2 toneladas. Por este andar, ficaremos sem ouro para uma emergência inadiável.
É certo que, antes do 25 de Abril, com todo o ouro que o País possuía, não deixámos de ser um povo paupérrimo, no contexto da Europa. Não soubemos pegar nele para nos industrializarmos e para modernizarmos a nossa agricultura. Se ao menos o vendêssemos para dar um pontapé no atraso em que estamos metidos... já não seria mau.
F.M.


