Trinta e quatro personalidades representativas das áreas financeira, universitária, empresarial e política tornaram público um manifesto em que defendem para Portugal "um sobressalto cívico", a definição urgente de uma estratégia nacional e a eliminação dos "bloqueios constitucionais".
Os subscritores, de que se destacam Amândio de Azevedo, Cardoso e Cunha, Arlindo Cunha, Ernâni Lopes, João Salgueiro, Adriano Moreira, Loureiro dos Santos e Ludgero Marques, frisam que é preciso eliminar bloqueios que, “como a Constituição da República de 1976 ou as forças corporativas, continuam a condicionar o desenvolvimento do país".
Entendem que "A Constituição deverá sofrer um processo de revisão que permita rapidamente adaptar Portugal aos desafios do século XXI", sublinhando que "Os governos podem suceder-se de quatro em quatro anos, mas a estabilidade das instituições não pode ser posta em causa no momento da sucessão, sob pena do país viver em permanente turbulência, num regime de rotativismo parlamentar do século XXI".
Os subscritores do manifesto, intitulado "Um sobressalto cívico", recordam que o próximo Governo deverá "imediatamente" promover mudanças na administração pública, justiça, educação, inovação e ao nível da produtividade, premiando o Estado a qualidade empresarial. E acrescentam que "Portugal precisa urgentemente de uma ideia estratégica que não se resuma a uma estratégia de defesa nacional".
"Torna-se necessário que a sociedade portuguesa seja um centro de produção de pensamento sobre o próprio devir e que a administração pública seja capaz de detectar e equacionar os problemas que relevam do interesse geral, fornecendo a base factual e analítica", colocando-se numa posição "equidistante dos interesses particulares que estão em causa", salientam os signatários do manifesto dirigido fundamentalmente aos Partidos Políticos.
F.M.