El-Rei D. Dinis (1261 - 1325)
Cantiga de Amor
Ai, flores, ai, flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
ai, Deus, e u é?
Ai flores, ai, flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquele que mentiu do que pôs comigo?
ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que mi há jurado?
ai, Deus, e u é?
- Vós me perguntades pelo vosso amigo?
E eu bem vos digo que é são e vivo:
ai, Deus, e u é?
Vós me perguntades pelo vosso amado?
E eu bem vos digo que é vivo e são:
ai, Deus, e u é?
E eu bem vos digo que é são e vivo
e será vosc'ante o prazo saído:
ai, Deus, e u é?
E eu bem vos digo é vivo e são
e s(e)erá vosc'ant'o prazo passado:
ai, Deus, e u é?
Versão do livro "800 anos de poesia portuguesa"
D. Dinis: o nosso rei, grande político e homem culto, também foi inspirado poeta. Os seus poemas, que fazem parte, com toda a justiça, da História da Literatura Portuguesa, podem ser sempre apreciados por quem gosta da beleza e da arte. Um leitor pediu-me a remessa do poema que há dias publiquei, por o ter encontrado numa estação de serviço da área de Leiria. Aqui o ofereço a todos, agora mais de forma mais visível.