sábado, 22 de janeiro de 2005

Diáconos Permanentes de Aveiro celebraram o seu patrono

Diácono Luís Pelicano e esposa Marcelina

Os diáconos permanentes da diocese de Aveiro reuniram-se hoje, 22, no Seminário de Santa Joana Princesa, fundamentalmente para celebrarem o seu patrono, S. Vicente, também padroeiro do Patriarcado de Lisboa. S. Vicente, diácono da Igreja de Saragoça, morreu mártir em Valência, Espanha, durante a perseguição de Diocleciano, depois de sofrer cruéis tormentos. O seu culto logo se propagou por toda a Igreja. 
Nesta celebração, participada por diáconos permanentes e esposas, estiveram presentes, para animar uma reflexão sobre o diaconado na Diocese de Aveiro, a Irmã Deolinda Serralheiro, directora do ISCRA, a leiga Maria da Conceição, bastante conhecida pela sua militância católica, o padre Licínio Cardoso, pároco de três paróquias no arciprestado de Sever do Vouga, e o padre Georgino Rocha, delegado episcopal para o diaconado permanente, que moderou. 
A certeza de que o diácono permanente foi ordenado para o serviço da Igreja, servindo de ponte entre os leigos, de quem estão mais próximos, e os padres e o bispo, foi bastante sublinhada neste encontro. Exercendo o seu ministério na liturgia, na catequese e na caridade, o diácono permanente tem de ser a expressão visível do serviço da Igreja junto do Povo de Deus e de todos os homens e mulheres de boa vontade. Mas ainda foi referido que é sua missão organizar e dinamizar a diaconia da Igreja, bem apoiado na força libertadora do Evangelho. 
Reconheceu-se que os diáconos devem conciliar o seu múnus pastoral com a sua vida familiar e profissional, bem como têm a obrigação de procurar a formação contínua e uma espiritualidade que os ajude a ser testemunhas vivas, no mundo, da Boa Nova de Jesus Cristo. 
Os diáconos não podem ser considerados funcionários da Igreja, mas devem estar plenamente disponíveis para servir e acolher, desfazendo barreiras e criando pontes, em todas as circunstâncias, num espírito de humildade, prudência, simplicidade, competência e seriedade. 
Na Diocese de Aveiro há 28 diáconos permanentes (27 casados e um viúvo), que servem a Igreja em variadíssimos campos. 

F. M. 

A propósito de uma carta de Júlio Dinis

De quando em vez sabe bem reler os clássicos da nossa literatura, nem que daí resulte algum prejuízo, momentâneo embora, para os escritores e escritos mais na berra. E foi isso que me levou, há dias, a procurar na estante, algo desarrumada, um livro talvez pouco lido, a não ser por curiosos ou estudiosos das coisas literárias. Refiro-me a "Cartas e Esboços literários" de Júlio Dinis, com prólogo do célebre Egas Moniz, sábio que ao mundo e ao Homem muito deu no campo da medicina, mas que ainda encontrou tempo e disponibilidade interior para se dedicar a estudos sobre literatos e questões literárias, com a mesma paixão com que dissecava o cérebro humano em busca de verdades até então ignoradas. Uma das cartas, agora lida com outro sabor, talvez pelo ambiente que quis e soube criar, referia-se à Gafanha, é certo que de fugida, em termos que me apeteceu repetir para que não caíssem no esquecimento. Reza assim, na parte que interessa, a missiva dirigido de Aveiro, em 28 de Setembro de 1864, a seu amigo Custódio Passos: "Escrevo-te de Aveiro. São 7 horas da manhã do histórico dia de S. Miguel. Acabo de me levantar. Acordou-me o silvo da locomotiva. Abri de par em par as janelas a um sol desmaiado que me anuncia o Inverno. A primeira coisa que este sol alumiou para mim, foi a folha de papel em que te escrevo; aproveito-a, como vês, consagrando-te neste dia os meus primeiros pensamentos e o meu primeira quarto de hora. Aveiro causou-me uma impressão agradável ao sair da estação; menos agradável ao internar-me no coração da cidade, horrível vendo chover a cântaros na manhã de ontem, e imensas nuvens cor de chumbo a amontoarem-se sobre a minha cabeça, mas, sobretudo intensamente aprazível, quando, depois de estiar, subi pela margem do rio e atravessei a ponte da GAFANHA para visitar uma elegante propriedade rural que o primo, em casa de quem estou hospedado, teve o bom gosto de edificar ali. Imaginei-me transportado à Holanda, onde, como sabes, nunca fui, mas que suponho deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela. Proponho-me visitar hoje os túmulos de Santa Joana e o de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que vim aqui. A casa em que eu moro fica fronteira à que pertenceu ao José Estêvão. Há ainda vestígios das obras que ele projectava fazer-lhe e que, por sua morte, ficaram incompletas. Tudo isto se vendeu, e dizem que por uma ninharia. Chequei a Aveiro um pouco dominado pela apreensão de que talvez viesse ser infeccionado pelos eflúvios pantanosos da terra e cair atacado por sezões, circunstância que não obstante o colorido local que me havia de dar, nem por isso me havia de ser muito agradável. Nada porém de novo me tem por enquanto sucedido, e continuo passando bem, e, o que é mais, engordando". Nesta carta do romancista quiçá mais lido de Portugal, há uma mão-cheia de considerações e de notas a merecerem outros tantos estudos. Interessa-me somente dizer que afinal esta terra tem sido notada e continuará a sê-lo, assim creio, por quem deambula com olhos bem abertos à magia de recantos nem sempre suficientemente divulgados. Fico-me, no entanto, por duas ou três ideias, como esta de "imaginar-se transportado à Holanda", que "deve ser assim uma coisa nos sítios em que for bela", e a de na "GAFANHA visitar uma elegante propriedade rural" (quem diria?). Também o propósito de "visitar hoje os túmulos de Santa Joana e de José Estêvão, duas peregrinações que eu não podia deixar de fazer desde que aqui vim". Pois é verdade. Nem sempre reparamos no que é nosso e muito menos lhe damos o valor devido, por esta ou por aquela razão. E depois ficamos embasbacados, como eu fiquei, quando há anos ouvi de um amigo descrições de tal modo ricas de pormenores, ao mesmo tempo que denunciavam uma sensibilidade apurada e um gosto especial pelos ambientes bucólicos e pelo cheiro a maresia, desta terra que o mar e a ria beijam quase sempre com sedutora carícia. O tentar descobrir as belezas relatadas foi tarefa que na altura impus ao meu bairrismo, para então me deliciar meio envergonhado. Aos que me lerem, aqui deixo a sugestão de tentarem encontrar o que a vida agitada não tem deixado ver. Fernando Martins Posted by Hello

Efemérides aveirenses

22 de Janeiro 1939 - Após a restauração da Diocese, o administrador apostólico de Aveiro, D. João Evangelista, realizou a primeira visita pastoral, que foi à catedral, e presidiu à primeira grande peregrinação ao sepulcro da Princesa Santa Joana. E por que não os aveirenses e outros visitarem hoje, no Museu de Aveiro, o precioso túmulo da padroeira da cidade e diocese? Fonte: Calendário Histórico de Aveiro Posted by Hello

DIA BONITO

Hoje, apesar do frio, está um dia bonito. Aproveite para sair de casa para um simples passeio. Vá ver o mar e caminhe, caminhe muito, para não arrefecer e para se deslumbrar com a natureza. Posted by Hello

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Efemérides aveirenses

21 de Janeiro 1985 - Após acordo com o pároco e responsáveis pela respectiva paróquia, proprietária do terreno, a Câmara Municipal de Aveiro deliberou construir o Centro Social de Nossa Senhora de Fátima, por 6 120 000$0, para servir a população da freguesia que, pouco tempo depois, seria criada. 1962 - Faleceu D. Domingos da Apresentação Fernandes, que foi Bispo Auxiliar de D. João Evangelista Vidal (1953 - 1958) e, seguidamente, Bispo Residencial de Aveiro. 1898 - Aveiro recebeu calorosamente o herói de Chaimite, Mouzinho de Albuquerque, a quem prestou significativa e patriótica homenagem. Fonte: Calendário Histórico de Aveiro Posted by Hello

QUEM SOMOS?

O conhecido sociólogo, professor universitário e cronista dominical do PÚBLICO, António Barreto, está a preparar para a RTP uma série de programas, procurando fazer o retrato de Portugal dos últimos 40 anos. Para quem gosta de ficar a saber coisas importantes de País e dos portugueses, esse vai ser um programa a não perder. Entretanto, já foi adiantando à revista VISÃO desta semana, para nos abrir o apetite, que em menos de 40 anos o nosso povo "emigrou em massa, fez três guerras, uma descolonização e uma revolução", ao mesmo tempo que fez "a democracia política, a integração europeia e recebeu centenas de milhares de imigrantes". Diz António Barreto que Portugal está muito melhor do que há 20 ou 40 anos, mas que "a população portuguesa tem expectativas próprias de país rico, mas com capacidade de povo pobre". Acrescenta que Portugal "tem um enorme e persistente atraso económico, social, cultural e tecnológico", bem com "uma crónica desorganização da vida colectiva" e "uma insuportável falta de disciplina e de brio". Há, também, "um profundo abismo entre as aspirações da população e as capacidades a satisfazer". Mais ainda: "Há várias religiões, diversas etnias, múltiplas culturas, línguas diferentes, várias políticas." Vamos todos ficar atentos. F.M. Posted by Hello

quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

Com eleições à vista

CRISTÃOS têm de dar sinais de esperança Em documento publicado hoje, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) diz, a propósito das próximas eleições legislativas de 20 de Fevereiro, que é preciso propor a esperança e abrir a porta a um futuro melhor, enquanto afirma, parafraseando os Bispos Portugueses, que ao assunto já dedicaram um documento oportuno, que “empenhar-se na construção da comunidade nacional é, para os cristãos, uma forma de exprimirem a sua fidelidade cristã”. A CNJP sublinha que as eleições legislativas são um momento particularmente importante da vida democrática, ao mesmo tempo que recorda, uma vez mais, os nossos Bispos, quando frisaram que o próximo acto eleitoral “não pode limitar-se a resolver uma crise política, mas deve enfrentar, com serenidade e lucidez, os problemas de fundo do país, apresentando para eles soluções credíveis e viáveis, a serem escolhidas pelo voto dos portugueses”. Refere depois, no seu comunicado, que os cristãos têm a obrigação de anunciar a esperança. “O momento que vivemos precisa das vozes da esperança, precisa dos gestos que se pautam pelo fazer bem, precisa de corações que acarinhem sonhos de dias melhores e que os partilhem com os demais, precisa de muito investimento nas pessoas e de muita dedicação ao bem comum, precisa da cooperação como principal trampolim para a melhoria da nossa vida colectiva, precisa de cada uma e de cada um. Não há cidadãos dispensáveis, dentro e fora dos partidos políticos, quando se trata de criar uma comunidade nacional solidária, desenvolvida, apta a enfrentar com esperança os tão incertos dias que se avizinham”, lembra a CNJP. Depois de recordar o pessimismo que parece ter invadido a nossa sociedade, salienta que ainda “encontramos pessoas disponíveis, interessadas em melhorar as condições de vida dos cidadãos, o modo de gerir as suas empresas e de aplicar os seus rendimentos, de aperfeiçoar as relações de trabalho e as relações interpessoais. Em todos os ambientes encontramos pessoas construtoras”.Por isso, adianta a CNJP, “Precisamos, é certo, de criar dispositivos de valorização e de incentivo público a todos e cada um dos portugueses e portuguesas que assim agem. Dispositivos que podem ser muito diversos, mas que se deveriam nortear pela partilha do que de mais positivo se faz e se alcança, pela valorização do trabalho perseverante que tantos desenvolvem em prol de uma sociedade mais justa e fraterna, pela comunicação da esperança que tantos desencadeiam em tantos rostos angustiados e esquecidos”. F.M.