terça-feira, 25 de março de 2025

Riqueza incomensurável da ternura

Hoje conto uma história. “Um menino de 4 anos tinha um vizinho idoso a quem falecera dias antes a esposa. Ao vê-lo chorar, o menino foi para o quintal dele e sentou-se simplesmente no seu colo. Quando a mãe lhe perguntou o que tinha dito ao velhinho, ele respondeu: Nada. Só o ajudei a chorar.” Um escritor de nome, convidado como jurado de um concurso de crianças, deixou-nos esta preciosidade como gesto inefável da criança premiada.
Sobram comentários. É isto que não deixa que o mundo se afogue. Uns dispensam os filhos, outros escandalizam as crianças, outros põem veneno em tudo, sabendo que elas o irão beber… Deus vela por elas através de quem é capaz de as amar sem condições.
O melhor do mundo, disse o poeta, são as crianças. Quem as faz andar em terras desertas e frias para poderem ter escola não pensa assim. Quem deixa que a família se degrade ou até contribua para isso não pensa assim.
Quem não tem sensibilidade para perceber a riqueza dos gestos de ternura não pensa assim.
Amanhã é Dia de Portugal. A riqueza do país são as pessoas. Mais ainda, as crianças. Só elas são capazes de ajudar a chorar. E, neste chorar, aliviam a dor que mais dói, a da saudade de quem se ama.
Só o amor puro das crianças.

António Marcelino

Nota: D. António Marcelino foi o segundo Bispo da restaurada Diocese de Aveiro. 

Abusos sexuais na Igreja Católica


NOTA: Crimes impensáveis! Crimes lamentáveis!  No seio da Igreja Católica! 

AVEIRO: Estátua de José Estêvão

 Foto do Inventário Artístico de Portugal - Aveiro - Zona Sul

José Estêvão na posição de orador em que foi mestre.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Colagem Google


O Google é habilidoso. Apanhou-me distraído e fez esta colagem. E eu fiz-lhe a vontade.

REZAR? AMAR? TRABALHAR?

 

O SOL está de volta?


Para começar a semana de trabalho, parece que o SOL está de volta. Será que veio para ficar? Com as alterações climáticas que enfrentamos, nunca se sabe. Vamos torcer por isso. 
Boa semana para todos.

sábado, 22 de março de 2025

ANTÓNIO FEIJÓ - O Amor e o Tempo









O Amor e o Tempo

Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!

António Feijó, 
in 'Sol de Inverno'