quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Dia dos Namorados

Celebra-se hoje, 14 de Fevereiro, o Dia dos Namorados, que nos leva a uma reflexão sobre o amor dos casais. Todos e de qualquer condição social e idade. Por experiência própria, garanto que sempre sentimos que o amor verdadeiro se cultiva no dia a dia, quer chova quer faça sol, em momentos de alegria e de tristeza.
Os que se amam sabem, decerto por experiência partilhada, por educação e formação, que o amor necessita de comunhão de sentimentos e partilhas de emoções.
Nós, Eu e a Lita, casados quase há 60 anos, depois de um namoro de dois, saudamos, com muita ternura, os nossos filhos, netos e bisneta, genro e nora e demais familiares e amigos.


Lita e Fernando

O nosso Farol


Hoje foi dia de arrumar fotos antigas. Náo há dúvidas que se trata do nosso Farol, com toda a sua imponência. Não sei o ano, mas que é antigo, lá isso é.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Um conto de vez em quando - Maria do Céu

Com os anos a pesarem, a varredora arrasta-se no seu labor mecanizado na busca das folhas caídas do arvoredo. Empregada da empresa encarregada do asseio citadino, vejo-a com frequência da esplanada do bar onde matinalmente costumo saborear o café de mistura com o ar puro que o parque me oferece. A mulher deambula de um lado para o outro indiferente aos olhares de quem está ou passa. Baixa-se com dificuldade, puxa com as poucas forças que lhe restam o saco preto de plástico semicheio de lixo, ergue-o a custo para o despejar no carro de mão e volta à cata de mais folhas, mas também de papéis atirados para o chão por gente graúda e miúda que corre apressada, sem cuidar de saber das recomendações que periodicamente se badalam para haver respeito pela limpeza do ambiente, que é casa de todos.
De quando em vez, o capataz lá aparece para dar as suas ordens: — Olhe ali; quero isto limpinho como um brinco; não quero queixas de quem paga!
Maria do Céu, assim se chama a mulher que me prende a atenção e os sentimentos nascidos à sombra de quem sofre e luta, obedece apressada sem mostrar enfado, num gesto mecânico de quem está habituada a cumprir ordens.

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Monos e humanos origem e originalidades


O que é o Homem?
Ao longo dos séculos, foram-se sucedendo, numa lista quase interminável, as tentativas de resposta: animal que fala, animal político (Aristóteles); animal racional (os estóicos e a Escolástica); realidade sagrada (Séneca); um ser que pensa (Descartes); uma cana pensante (Pascal); um ser que trabalha (Marx); um animal capaz de prometer (Nietzsche); um ser que cria (Bergson); um animal que ri, um animal que chora, um animal que sepulta os mortos... Saído da gigantesca aventura cósmica com uns 13.700 milhões de anos, o Homem tem, segundo Edgar Morin, “a singularidade de ser cerebralmente sapiens-demens” (sapiente-demente), ter, portanto, com ele “ao mesmo tempo a racionalidade, o delírio, a hybris (a desmesura), a destrutividade”.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Um poema de Miguel Torga - A Largada



A largada

Foram então as ânsias e os pinhais
Transformados em frágeis caravelas
Que partiam guiadas por sinais
Duma agulha inquieta como elas...

Foram então abraços repetidos
À Pátria-Mãe-Viúva que ficava
Na areia fria aos gritos e aos gemidos
Pela morte dos filhos que beijava.

Foram então as velas enfunadas
Por um sopro viril de reacção
Às palavras cansadas
Que se ouviam no cais dessa ilusão.

Foram então as horas no convés
Do grande sonho que mandava ser
Cada homem tão firme nos seus pés
Que a nau tremesse sem ninguém tremer.

Miguel Torga

Memorial Floresta

  

NOTA: Porque gostei de reler, aqui fica mais uma vez. Serra da Boa Viagem na Figueira da Foz.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

O quarto rei mago

Há uma lenda que, sem fazer parte da Revelação, nos ensina o que Deus espera de nós.
Conta-se que havia um quarto Rei Mago, que também viu brilhar a estrela no firmamento e decidiu segui-la. Como presente pensava oferecer ao Menino um cofre cheio de pérolas preciosas. Contudo, no seu caminho, foi encontrando diversas pessoas que iam solicitando a sua ajuda.
Este Rei Mago ajudava-as com alegria e diligência, e ia deixando uma pérola a cada pessoa. Isso foi atrasando a sua chegada e esvaziando o cofre. Encontrou muitos pobres, enfermos, condenados e miseráveis, e não podia deixar de os atender. Ficava com eles o tempo necessário para lhes aliviar os seus sofrimentos e, depois, retomava o seu caminho, que era interrompido, inevitavelmente, por outro desvalido.