no Diário de Notícias
Santo Agostinho é um génio. E a sua influência foi determinante para o homem europeu e, depois, com a missionação, para a Humanidade, sendo necessário acrescentar que esta influência foi para o bem e para o mal. Como exemplo da influência negativa pense-se no seu pessimismo, que o levou à convicção de que o prazer sexual está sempre ligado ao pecado, pois a finalidade da relação sexual devia ser unicamente a procriação.
Baseado na tradução latina da Carta de S. Paulo aos Romanos, 5,12, referente a Adão: “no qual todos pecaram”, Santo Agostinho, contra o texto original grego, que diz: “porque todos pecaram”, interpretou - ele não sabia grego - que o pecado de Adão não é apenas o primeiro da série de todos os pecados cometidos pelos homens e mulheres ao longo da História, mas que esse pecado é um pecado hereditário, de tal modo que é um pecado de todos, transmitido por geração no acto sexual. Portanto, o recém-nascido não é inocente, nasce em pecado, do qual, para evitar a condenação eterna, só o baptismo o pode libertar.