domingo, 21 de janeiro de 2024

MEMÓRIAS - Armando Ferraz

O fantocheiro Armando Ferraz (1923 – 1997), patrono do projeto cultural “Palheta - Robertos e Marionetas”, do 23 Milhas, foi homenageado na sessão comemorativa do 123º aniversário da restauração do concelho de Ílhavo, promovida pela Câmara Municipal de Ílhavo, no passado dia 13 de janeiro, dia em que o seu nome foi dado a uma rua da cidade da Gafanha da Nazaré, terra de onde era natural e onde viveu.
Nessa mesma sessão foi também apresentada mais uma edição da revista “Nossa Gente”, exclusivamente dedicada à biografia de Armando Ferraz.
Desde a última edição do “Palheta”, ocorrida em março de 2020, a Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré acolhe uma exposição permanente centrada no espólio do bonecreiro Armando Ferraz, gentilmente cedido por Elisa Vilaça. Esse núcleo expositivo tem como foco principal a “relação dos robertos, das marionetas e da Gafanha da Nazaré, desde que o bonecreiro Armando Ferraz se tornou uma referência nesse tipo de teatro na Gafanha da Nazaré, passando pelo festival de Robertos e Marionetas, até ao Palheta”.


Domingo luminoso

Acordei tarde e logo fui envolvido por um Sol luminoso. Nem vento, nem chuva, nem inquietações de maior. Também já não era sem tempo, mas, para que me não arrependa do que estou a dizer, venho tão-só desejar a todos os meus habituais leitores que sorriam e se abram ao bem, ao bom e ao belo, sem esquecermos os que sofrem as agruras das guerras, incompreensíveis para a nossa era.
Bom domingo para todos.

FM  


sábado, 20 de janeiro de 2024

Essencial também é parar para viver

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Olhamos e perguntamos: “Que anda esta gente toda a fazer?” A resposta é simples, sempre a mesma: “A viver.” É isso: a viver.

O problema é este: são tantas as vezes em que se não dá por isso: o milagre que é viver! Assim, numa sociedade na qual o perigo maior é a alienação - viver no fora de si -, quando a política se tornou um espectáculo tantas vezes indecoroso, quando a mentira e a corrupção imperam, quando Deus foi substituído pelo Dinheiro e o mundo se tornou globalmente perigoso, com a Terceira Guerra Mundial em curso, embora ainda só “aos pedaços”, como diz Francisco, é essencial parar, fazer uma pausa. Porquê e para quê? Como disse Juan Ramón Jiménez: “Devagar, não tenhas pressa, porque aonde tens de ir é a ti mesmo.”

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Maré de Recordar


Recordamos sempre, mas há momentos muito especiais que não podem nem devem ficar esquecidos. Com a memória a ficar cansada, há horas  menos agradáveis. Isto acontece muito quando não estamos ocupados com assuntos de grande interesse, na perspetiva de cada um.
Conheço amigos que ficam encostados em qualquer canto com os olhos fixos no infinito. Evito situações dessas e procuro horizontes que me encham a alma. Hoje, por exemplo, fui de abalada até Montemor-o-Velho. E que bem me soube esta viagem!

EXPO´98







É no meu sótão que eu encontro, inúmeras vezes, motivos para evocar. Deste vez, recuei no tempo até 1998, ano da célebre EXPO’98 que,  na época, se impôs como exemplo a seguir por outros países, pela expressão da forma perfeita como foi organizada. Já faleceu o grande responsável pela dinâmica da Feira, António Mega Ferreira, que primou pela eficiência, bom gosto e espaço  cultural multifacetado.
Por lá andámos quatro dias, dos seis que tínhamos planeado, com o nosso filho António Pedro. No final da quarta feira, recebemos a triste notícia do falecimento do meu sogro, Ismael Válega Oliveira e Silva, e tivemos de regressar.
A EXPO’98 foi uma demonstração cabal das capacidades organizativas dos portugueses. E ficou para a história... 

FM

Raul Brandão merecia uma avenida

Quando há anos topei com a Rua Raul Brandão, confesso que fiquei triste. É verdade. Porque o escritor merecia muito mais. Eu sei que a relação das ruas a batizar tinha sido feita, na sua grande maioria, numa noite. De modo que, quer queiramos quer não, não havia hipótese de escolher a rua, conforme a personalidade a homenagear.
E Raul Brandão, provavelmente, na minha ótica, terá sido o escritor que melhor cantou a nossa ria, com referência assinalável à Gafanha, merecia mais do que uma ruazinha sem expressão, sem circulação de veículos que levasse as pessoas a falar dele.
A Rua Raul Brandão parte da Rua Sacadura Cabral (e não Secadura Cabral, como se lê numa placa) e dirige-se para a ria, sem lá chegar.
Raul Brandão canta no seu livro Os Pescadores, de forma única, a Ria de Aveiro. Andou por aqui para a conhecer, no dia 21 de Julho, e dias seguintes, de 1922. Alguns dias, certamente, porque de outra forma não seria possível pintar um quadro tão rico.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Tragédia - Medo da Luz


«Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, mas a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz»
Platão