Georgino Rocha |
«Quem está desperto para esta presença dinâmica do Espírito vive na alegria e na confiança, aprecia e valoriza a rectidão da consciência e a sabedoria do coração, é cada vez mais humano no seu ser e no seu agir.»
Jesus está na hora das grandes confidências, pois é o tempo da despedida, de dizer aos discípulos o que lhe vai no coração, e quer deixar como distintivo da sua identidade. Em diálogo franco, faz declarações que suscitam perguntas. Judas, não o Iscariotes, não entende como é que Jesus se vai manifestar, nem porque escolhe a quem o irá fazer. E formula a correspondente pergunta a que Jesus dá resposta, abrindo horizontes surpreendentes e interpelantes. Os contemplados são aqueles que acolhem o seu amor e guardam a sua palavra; a estes, Jesus dá a garantia de serem morada de Deus e de receberem o Espírito Santo. Assim, terão companhia em todas as circunstâncias da vida e nada os poderá perturbar. Assim, a saudade da despedida é compensada pela nova forma de presença. E Jesus destaca a alegria como testemunho da fé dos que compreendem o alcance destes factos.
Somos a morada de Deus que vem viver na nossa consciência, no mundo interior de todos os que são fiéis à palavra de Jesus, Seu Filho. Esta opção de Deus evidencia a direcção correcta da realização humana. É a partir de dentro, da interioridade, que se faz a humanização, se alimenta a relação, se aprende a amar, a servir, a crescer na grandeza de ser pessoa, a viver em comunidade. É a partir da consciência iluminada e esclarecida por Deus, mediante os ensinamentos de Jesus e a sabedoria das culturas humanizadas, que têm consistência as opções e os critérios condicionantes das nossas atitudes pessoais e colectivas. É a partir das atitudes que a sociedade manifesta os valores predominantes e a qualidade do sentido da convivência entre os seus membros. Que contraste coma situação actual do nosso mundo?!