quinta-feira, 4 de abril de 2019
Domingos Cardoso e o vento cortante como gume
FOI O VENTO
Foi o vento cortante como gume,
Que me fez companhia nessa espera
Em que só a saudade mais austera
Me falava de ti, como um queixume.
Foi o vento que trouxe o teu perfume
Nessa clara manhã de Primavera,
E, então, eu senti, que antes de quimera,
Eras rosa vermelha em fogo e lume.
E os dias se passaram a correr
Num tempo de alegrias e prazer
Como só haveria em pensamento.
E essa ardente harmonia em nossa vida
Foi repartida ao mundo, a toda a brida,
Por esse arruaceiro que é o vento!
Domingos Freire Cardoso
Museu de Ílhavo: Mar Film Festival
Entre 26 e 28 de abril, vai decorrer, no Museu de Ílhavo, a terceira edição do Mar Film Festival, com filmes (ficção, documentário ou animação) que têm por temática o mar. Informa o MMI que este festival explora “a multiplicidade de expressões que a imagem em movimento tem desenvolvido em torno do universo marítimo”. E acrescenta que esta diversidade se renova “com as curtas metragens que saem do concurso Novas Vistas Lumière e com as entrevista do concurso Memórias de RiaMar.
Papa questiona a cultura do provisório
"A vocação laical é, sobretudo, a caridade na família, a caridade social e a caridade política: é um compromisso concreto a partir da fé para a construção de uma sociedade nova, é viver no meio do mundo e da sociedade para evangelizar as suas diversas instâncias, para fazer crescer a paz, a convivência, a justiça, os direitos humanos, a misericórdia e, assim, estender o Reino de Deus no mundo"
Papa Francisco
quarta-feira, 3 de abril de 2019
Primeira chamada via telemóvel
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Martin Cooper, o homem que revolucionou a história das comunicações |
A primeira chamada telefónica via telemóvel aconteceu a 3 de abril de 1973. Nesse dia, o engenheiro da Motorola Martin Cooper fez uma chamada para o seu maior rival no setor das telecomunicações, Joel Engel, dos Bell Labs, a partir de um telemóvel. “Sabes de onde te estou a ligar?” foram as primeiras palavras que proferiu, decerto muito feliz.
Dirigia-se ele para uma conferência onde iria anunciar a sua extraordinária invenção, talvez a mais revolucionária do século XX.
Um poema de Vitorino Nemésio para variar...
SEMÂNTICA ELECTRÓNICA
Ordeno ao ordenador que me ordene o ordenado
Ordeno ao ordenhador que me ordenhe o ordenhado
Ordinalmente
Ordenadamente
Ordeiramente.
Mas o desordeiro
Quebrou o ordenador
E eu já não dou ordens
Coordenadas
Seja a quem for.
Então resolvo tomar ordens
Menores, maiores.
E sou ordenado,
Enfim — o ordenado
Que tentei ordenhar ao ordenador quebrado.
— Mas — diz-me a ordenança —
Você não pode ordenhar uma máquina:
Uma máquina é que pode ordenhar uma vaca.
De mais a mais, você agora é padre,
E fica mal a um padre ordenhar, mesmo uma ovelha.
Velhaca, mesmo uma ovelha velha,
Quanto mais uma vaca!
Pois uma máquina é vicária (você é vigário?):
Vaca (em vacância) à vaca.
São ordens...
Eu então, ordinalmente ordeiro, ordenado, ordenhado,
Às ordens da ordenança em ordem unida e dispersa
(Para acabar a conversa
Como aprendi na Infantaria),
Ordenhado chorei meu triste fado.
Mas tristeza ordenhada é nata de alegria:
E chorei leite condensado,
Leite em pó, leite céptico asséptico,
Oh, milagre ordinal de um mundo cibernético!
Vitorino Nemésio, Limite de Idade (1972)
Reflexão sobre o edifício do Seminário de Santa Joana
Sublinhando que nos seminários a educação integral deve tender a que os alunos se formem no sentido de se tornarem “verdadeiros pastores de almas à imitação de Nosso Senhor Jesus Cristo, Mestre, Sacerdote e Pastor», no dizer do Concílio Vaticano II, o Bispo de Aveiro, António Moiteiro, acaba de criar uma comissão para refletir sobre o modo como “o edifício do nosso Seminário de Santa Joana, em Aveiro, pode servir para residência de uma comunidade de seminaristas, ter espaços para o Centro de Formação D. António Marcelino, os Secretariados Diocesanos e outros serviços que nele se possam instalar”. Nessa linha, espera-se que a comissão proceda à reflexão que se impõe, apresentando propostas que venham a ser analisadas nos próximos Conselhos Presbiteral e Pastoral.
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Abertura da Barra de Aveiro - 3 de abril de 1808
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Carta de Luís Gomes de Carvalho dirigida ao príncipe, futuro D. João VI |
Celebra-se hoje, sem pompa, que não estamos em número redondo, a abertura da Barra de Aveiro. São 211 anos, muitos dos quais, cerca de 80, com os meus olhos a contemplarem o fascínio da boca da barra, de horizontes largos, a desafiar os nossos sonhos. Fica a carta, na qual, Luís Gomes de Carvalho garante tratar-se de "hum segundo dia de creação" para estes povos...
Luís Gomes de Carvalho, o grande responsável por tão importante obra, acabou por cair no esquecimento... e somente há poucos anos mereceu a honra de figurar com o seu nome numa rua da nossa terra. Injustiças próprias de rivalidades políticas. Há mais de 200 anos, como agora. E a barra, em constantes readaptações às circunstâncias, aí está aberta ao futuro.
FM
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