sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Visita à Costa Nova para arejar

Ria com as águas um pouco agitadas


«Hoje a Costa Nova 
deu-me a sensação 
de ter lavado a cara 
com mais cuidado»

Passei hoje de manhã pela Costa Nova para refrescar as ideias perturbadas um pouquinho por alguns excessos. Excessos próprios da quadra e estimulados pela excelente presença dos familiares que connosco consoaram até fora de horas. Nestas circunstâncias, nem damos pelo passar das horas. Graças a Deus pela alegria que todos proporcionaram, dando e recebendo o melhor que cada um tinha para partilhar. 
A Costa Nova estava desértica como nunca a vi. Comércio e restaurantes fechados tornaram mais visíveis o colorido das casas típicas que são um regalo para a vista. Hoje a Costa Nova deu-me a sensação de ter lavado a cara com mais cuidado, tal era o ar perfumado que se desprendia dos traços largos de cores brilhantes das paredes que o sol tornava mais atraentes para quem passava.
Junto à ria, com as águas um pouco agitadas e mais bonitas por isso, uns passaritos por ali andavam tranquilos à cata de minúsculos insetos. Habituados à presença dos residentes e veraneantes, olhavam de soslaio mas sem qualquer receio para mim e para quem me acompanhava. E seguiram a sua vida sem pressas.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal — Velha Mesa

O avô e a avó, logo à noite

Velha Mesa

Pai e Mãe.
À cabeceira,
Nosso Avô e nossa Avó…
Perto, o calor da lareira,
Que não deixa ninguém só.
E a história daquela mesa, 
De ano a ano, repetida,
Lembra uma lanterna acesa,
Que alumia toda a vida!

Pedro Homem de Mello

Natal de 1959


Publicado na Agenda-Almanaque
de Olegário Fernandes Artes Gráficas, S.A.

NATAL: Poema do Cardeal Alexandre Nascimento

pela positiva: NATAL: UM POEMA DO CARDEAL ALEXANDRE DO NASCIMENTO:

O MENINO E SUA MÃE 

Vi há tempos um quadro feito por mão inspirada: 
Os traços eram perfeitos 
do Menino Jesus e sua Mãe. 
Causava enlevo, fazia ternura, 
o olhar que se desprendia de Nossa Senhora, 
Que tinha seguro nos braços o seu Menino. 


Este deixava ver bem 
Seu grande afecto, Sua divina paixão 
por Aquela que tão estreito 
o trazia ao peito: 
A cabecita de encontro, bem encostada, 
entre a face e o ombro de Sua Mãe 
e a carita de criança voltada para nós… 

Mais que tudo, porém, impressionou-me o ar, 
o ar de desafio, cheio de divina meiguice 
um ar (Deus me perdoe!) quase gaiato 
que parecia dizer a quantos o quisessem entender: 
“É minha, só minha a Virgem Maria!” 
De tão estreito e apertado que cingia com os bracitos 
Nossa Senhora… 

Confesso que estranhei, 
por me ver quase defraudado por esta divina avareza. 
Mas no olhar sorridente da Virgem bondosa 
li logo a resposta, a bonança que me vinha: 
“Deixa-O, meu filho, são primeiros tempos 
que goza a novidade de ter… Mãe: 
Eterno que é, só isto Lhe faltava, no céu… 

Não tarda que no Calvário te dê a Sua vida 
(pouca coisa para Ele!) e o que é mais ainda: 
que te dê Sua Mãe, tua Santa Maria”. 



In “Livro de Ritmos”
de Cardeal Alexandre do Nascimento

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Mistérios da Natividade

Artigo de António Araújo 
Ilustrações de Susa Monteiro
PÚBLICO | Revista 2
13 de dezembro | 2015


presépio de joão carlos celestino gomes - Pesquisa Google:
Presépio de João Carlos Celestino Gomes,(1899-1960),
pintura a óleo sobre tela, 1930, Museu de Ílhavo
«Os presépios sempre serviram para doutrinar. Mas nem a gruta, o estábulo, o burro, a vaca ou o Menino aquecido pelo bafo dos animais fazem parte dos Evangelhos canónicos. Crentes ou não-crentes, devemos reconhecer a inquestionável verdade poética das narrativas evangélicas da Natividade.»

Nota: Para quem gosta de saber...  Ler no PÚBLICO; a ilustração foi opção minha

O DIA MAIS...


madre teresa de calcutá - Pesquisa Google:

O dia mais belo: hoje
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
O maior erro: o abandono
A raiz de todos os males: o egoísmo
A distração mais bela: o trabalho
A pior derrota: o desânimo
Os melhores professores: as crianças
A primeira necessidade: comunicar-se
O que traz felicidade: ser útil aos demais
O pior defeito: o mau humor
A pessoa mais perigosa: a mentirosa
O pior sentimento: o rancor
O presente mais belo: o perdão
o mais imprescindível: o lar
A rota mais rápida: o caminho certo
A sensação mais agradável: a paz interior
A maior proteção efetiva: o sorriso
O maior remédio: o otimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente do mundo: a fé
As pessoas mais necessárias: os pais
A mais bela de todas as coisas: O AMOR!


Madre Teresa de Calcutá

Festa de Natal

Reflexão de Georgino Rocha

Vamos ver o que aconteceu

os pastores de belem - Pesquisa Google:

A atitude dos pastores 
é indicativa do proceder cristão


A atitude dos pastores de Belém é exemplar. Lucas destaca a sua figura no acontecimento que envolve o nascimento de Jesus e no primeiro anúncio do que havia acontecido. A eles se juntam outras vozes que difundem a feliz notícia, louvando as glórias de Deus que se espelham na paz entre os homens de boa vontade. A partir deste núcleo central, as ondas de transmissão chegam longe no espaço e no tempo, alcançando o nosso coração e fazendo-o estremecer de alegria. É Natal! Vamos ver o que aconteceu.
A escolha de Lucas é indicativa da preferência de Deus pelos desconsiderados da sociedade. Belém, apesar do seu simbolismo histórico, é uma pequena aldeia. Os pastores, pela sua condição social, são uns excluídos remetidos ao campo de pastagens do rebanho. A cena envolvente do nascimento, a começar pelo curral onde se albergam os ilustres desconhecidos da gente grada daquela terra, é de extrema pobreza: um recém-nascido, envolto em panos, deitado numa manjedoura, contemplado por Maria com olhos de ternura e admirado por José em silêncio fecundo de dedicação amorosa. Sem mais nada.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

“Pássaro de Seda” — Um espaço de bom gosto

Maria João, à esquerda, com uma colaboradora

O prometido é devido. Havia garantido à Maria João Cravo, do “Pássaro de Seda”, que um dia passaria pelo seu espaço de arte e bom gosto, na Rua Direita, em Aveiro. Tardei na visita, mas hoje aconteceu graças ao convite do meu filho Fernando, que me arrancou da sesta para o acompanhar. Aceitei o desafio com a condição de entrar, em primeiro lugar, no “Pássaro de Seda”. Assim foi.
Confesso que não fiquei surpreendido pelo ambiente acolhedor com que a Maria João Cravo recebe quem entra na sua loja. Tem um sorriso que cativa os eventuais compradores das suas belas criações, já com projeção para além fronteiras. Vários prémios fazem parte do seu currículo, porque não se fica pelo artesanato quantas vezes sem expressão. 
A Maria João, contudo, sabe que um espaço destinado ao público dos nossos tempos, exigente e sabedor do que quer, não pode limitar-se a um tipo restrito de oferta. «Ter peças só minhas é dar um tiro no pé», disse. E acrescentou: «Na minha loja há várias marcas, todas portuguesas, porque assumi isto como ponto de honra.» E não faltam produtos biológicos para os mais exigentes.
Olhei à minha volta. O espaço não é muito grande, mas dá para perceber que existe sensibilidade na oferta. 

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