A arte urbana, quando tem qualidade, torna o ambiente para apetecido. Os passantes, com ela a desafiá-los, têm uma oportunidade para descansar na hora da caminhada. Param, apreciam a obra do artista, quando o é de verdade, e não se cansam de olhar de vários quadrantes, porque de cada posição, de cada hora do dia, o quadro anima-se e anima-nos.
sábado, 21 de novembro de 2015
A violência nas religiões
Crónica de Anselmo Borges
«O pensamento total
desemboca em totalitarismo»
1 Na base das religiões está a experiência do Sagrado, de Deus, de quem se espera salvação para todos. Mas, depois, é o que se sabe: há uma brutal "história criminosa" das religiões, devendo, porém, acrescentar-se que essa história se estende ao ateísmo, que cai no mesmo paradoxo: uma das suas razões é a tolerância, mas, depois, foi também o horror - basta citar o nazismo e o comunismo e o seu ateísmo. E isto dá que pensar.
Como faz notar o teólogo J. I. González Faus, "a violência não é própria da experiência crente: é, sim, intrínseca ao ser humano", por necessidade de autodefesa e de sobrevivência, sobretudo por causa da sua dimensão racional e da pretensão de universalidade, intrínseca à razão: "A maior parte das violências impostas por alguns contra outros apenas pretendiam, em teoria, fazê-los "entrar na razão" ou "aceitar a verdade"." Nas religiões, lá está o alegado encontro exclusivo com a verdade e a necessidade de impô-la, precisamente para defender a verdade e Deus. Foi isso que aconteceu também com o comunismo, que, segundo uma expressão de Karl Marx, "é a resolução do enigma da história e sabe que o é".
É como dizes: Sou Rei
Reflexão de Georgino Rocha
«Jesus quer afirmar positivamente
que “outro mundo é possível”»
Jesus e Pilatos estão frente a frente. Sem mediadores. No tribunal do procurador romano que podia ditar sentenças de morte. Diálogo directo e claro sobre questões fundamentais. Marcos o narrador do encontro condensa-o de forma exemplar na realeza de Jesus. “És o Rei dos Judeus?”- pergunta Pilatos. “É por ti que o dizes ou foram outros que to disseram de Mim?” responde Jesus, indagando a fonte de informação e devolvendo a questão ao seu interlocutor. (…) “Que fizeste”? prossegue o procurador. A explicação é dada abrindo um horizonte novo: “ O meu reino não é deste mundo” (…) “Então, Tu és Rei?” “É como dizes: sou Rei”, declara com prontidão Jesus que encaminha o diálogo inquisitorial para a questão da verdade, terminando por afirmar:” Todo aquele que ama a verdade escuta a minha voz”.
Não será difícil imaginar a confusão que iria na cabeça de Pilatos. A progressão da conversa é desconcertante. O réu apresenta-se como verdade que ele procura. Possui uma realeza que não é deste mundo que ele nem sequer sonha. Afirma-se rei sem qualquer restrição de tempo e de espaço. Não se confina aos judeus e à época em que vivia. Garante ser testemunha e porta-voz da verdade. Então e a lei romana e o seu famoso direito? O procurador via nas respostas simples e claras de Jesus serem questionadas as suas convicções mais consistentes e estruturantes.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Portugal tem as melhores estradas da Europa
Afinal, somos um país bem estruturado!
Vejam só: A nível de autoestradas
somos os melhores da Europa
Vejam só: A nível de autoestradas
somos os melhores da Europa
«Portugal completou já a rede transeuropeia principal de transportes rodoviários e tem nesta área infraestruturas da melhor qualidade europeia, segundo o painel de avaliação de transportes da Comissão Europeia, hoje divulgado.»
Li no Sapo
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Ares de Outono: Soneto de Florbela Espanca
Outonal
Caem as folhas mortas sobre o lago;
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio… Olha, anoitece!
— Brumas longínquas
do País do Vago…
Veludos a ondear… Mistério mago…
Encantamento… A hora que não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção dum afago…
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
— Vestes a terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que eu soluço a delirar de amor…
Florbela Espanca,
“Charneca em Flor”, in “Poesia Completa”
Mundo perigoso
«O mundo tornou-se perigoso,
porque os homens aprenderam a
dominar a natureza
antes de se dominarem a si mesmos.»
Albert Schweitzer (1875-1965),
teólogo, filósofo, músico e médico alemão
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