quarta-feira, 3 de junho de 2015

António Marujo na Feira do Livro de Aveiro

No próximo sábado, pelas 21.30 horas
.



Ruas com obras na Gafanha da Nazaré


Quem vive ou passa pela Gafanha da Nazaré sabe bem que há obras em diversas ruas. De muitas pessoas que falam comigo, tenho ouvido comentários pouco agradáveis pelos transtornos que máquinas e pessoal provocam, por impedirem a livre e habitual movimentação de automóveis. Outros tantos vão concordando com as obras, cujos melhoramentos há muito eram esperados. É-se preso por ter cão e por não o ter, em tempos como este em que cada um arranja motivos para as opiniões.
É claro que obras em ruas, ruelas e caminhos são fundamentais ao bem comum, sob pena de não acompanharmos o progresso geral. Têm que ser feitas. Saneamento, gás, redes de comunicação e outros serviços não podem ser feitos pelo ar.
Naturalmente, penso que talvez fosse possível mais agilidade e rapidez nos processos, mas se calhar ainda não chegámos, julgo eu, a esse nível de execução de obras públicas. Contudo, apesar dos transtornos que estes trabalhos provocam, vale a pena algum sofrimento e compreensão dos moradores e visitantes. 

- Posted using BlogPress from my iPad

A nossa Gente: Joana Soeiro

Joana Soeiro

Neste mês de junho, em que a Câmara Municipal de Ílhavo volta a promover o Desportílhavo (dia 11) dedicamos a rubrica a “nossa gente” à jovem atleta Joana Soeiro.
Joana Soeiro nasceu a 24 de janeiro de 1995, na Gafanha da Nazaré, onde estudou até ao 8.º ano de escolaridade, tendo passado por Vagos, Aveiro e Lisboa até finalizar o ensino secundário.
O gosto pelo Basquetebol começou quando Joana, com apenas 6 anos de idade, quis seguir os passos do irmão que jogava no Grupo Desportivo da Gafanha.
Inscrita no G.D. Gafanha na época 2001/2002, esta atleta nunca mais parou. Dia após dia, e depois de dois anos de Centro de Treino, o sucesso começou a chegar e, com este, a vontade de chegar mais longe nesta modalidade. O primeiro título de Joana Soeiro foi o Campeonato Distrital de Sub 14, seguindo-se o Campeonato Distrital de Sub 16, entre outros. Em 2009, foi convocada à Seleção Nacional, jogando como Base em diversos países pela Europa fora.
Desde então, Joana marcou sempre presença nos Campeonatos Europeus do seu escalão (no ano de 2012, realizou dois Campeonatos Europeus no mesmo verão), contribuindo para a subida à melhor Divisão Europeia e para a manutenção da equipa na Divisão A. O seu pico individual foi, sem dúvida, a atribuição do título de Melhor Base do Campeonato da Europa de Sub 16.
Já ao serviço do Sport Algés e Dafundo (desde 2012), realizou a sua primeira época na Liga Feminina e conquistou diversos títulos, sagrando-se campeão nacional pela referida equipa lisboeta.
Depois de vários convites de diversas universidades americanas, com direito a bolsa - Scholarship,
Joana Soeiro ingressou na Universidade de Marian, no Estado de Indiana, Estados Unidos da América, onde joga pela equipa da Universidade e estuda Gestão. 
Deixar a família, os amigos e a Terra que a viu nascer foi o que mais custou a Joana, mas as oportunidades são para se agarrar e Joana seguiu o seu sonho, considerando-se recompensada pelas conquistas alcançadas e pelo fortalecimento da relação que mantém com os seus pais e irmão. 
O Basquetebol é uma paixão que Joana alimenta com muito empenho e dedicação: treina 2 horas diariamente e três vezes por semana tem treinos adicionais, antes de ir para as suas aulas, para aperfeiçoamento de técnicas individuais (lançamento e controlo de bola). 
Com todo o seu esforço e entusiasmo e ciente do trabalho que tem pela frente, Joana Soeiro tenciona atingir a linha máxima do Basquetebol. Já este ano, recebeu o título de Campeã de Conferência pela sua Universidade e foi nomeada para All Freshmen Team (5 atletas mais valiosas da Conferência).
A sua equipa foi apurada para o Campeonato Nacional e bateu mais três recordes históricos: maior número de jogos ganhos em casa (15) e menor número de jogos perdidos (1), bem como o maior número de jogos ganhos numa só época (28). Joana Soeiro continua muito ligada à família, aos amigos e ao G.D. Gafanha, tendo muito recentemente deixado uma mensagem de apoio e carinho, destacando-se aquilo que faz dela um exemplo para todos os jovens do Município: trabalho e dedicação, atitude, responsabilidade e o querer vencer.

Fonte: Agenda “Viver em…” da CMI

NOTA: Sempre apreciei os que ultrapassam dificuldades  e lutam por uma sociedade melhor, apostando com coragem e determinação em projetos pessoais e comunitários. A Joana Soeiro é uma dessas pessoas. Não a conhecendo pessoalmente, embora seja amigo da sua família, tive o gosto de a entrevistar há bom tempo para o nosso jornal Timoneiro. E nessa entrevista, feita por e-mail, que a Joana já estava nos EUA, percebi a força de vontade desta nossa conterrânea e, mais do que isso, a sua personalidade. A Joana sabe mesmo o que quer.
Oportuna é, pois, esta homenagem que a CMI lhe presta, apresentando-a como modelo a seguir à nossa juventude, não tanto,  certamente, aos jovens  que trilham caminhos semelhantes ao seu, mas àqueles que, nada fazendo para si próprios e para a sociedade, passam a vida com futilidades.

Ver entrevista aqui 

FM

domingo, 31 de maio de 2015

O meu irmão


Armando da Rocha Martins (25-10-1941 — 27-3-2007)

Ainda hoje me lembro com saudade do dia em que, empoleirado no muro frontal à nossa casa, encimado por uma rede de arame a que me segurava, o João Edmundo Ramos (primo afastado) me perguntou onde estava o meu menino Jesus. Respondi-lhe que estava a nanar, palavra que me veio de minha mãe, conhecida por Rosita Facica. E a partir daí, tanto quanto consigo recordar, passei a tratar o meu irmão por menino, mais novo do que eu três anos. Ele chamava-me mano. 
Nas conversas que mantivemos, desde sempre e até à sua morte, que ocorreu em 27 de março de 2007, nunca o tratei por Armando, o seu nome, nem ele me chamou Fernando, o meu nome. Menino e Mano ficaram para as nossas vidas, qualquer que fosse a situação em que nos encontrássemos. Para os outros, em geral, ele era o Grilo, apelido da nossa família paterna. Curiosamente, eu nunca fui considerado Grilo ou Facica, o apelido da nossa linha materna.
Três anos nos separavam, tal como os grupos de amigos não coincidiam. Eu prossegui estudos e ele, em determinada altura, optou por trabalhar, depois de o nosso pai lhe perguntar o que é que ele queria na vida. E assim foi.
Depois de algumas experiências profissionais e de uma tentativa de emigração, acertou o passo no comércio e na indústria, onde foi figura preponderante no meio bacalhoeiro, mas não só. 
Casado com a Julita,  com dois filhos, o Miguel e a Carla, ficou encantado com os dois netos, o Martim e o Levi, em quem se revia, contando-nos estórias de que se ria e nos fazia rir. Qualquer episódio, por mais simples que fosse, o meu irmão, o Menino, dramatizava-o com graça e arte, como se estivesse a representar num palco de teatro, estando, contudo, no palco da vida, onde as alegrias têm cabimento garantido, de mistura com algumas dores, próprias da nossa natureza frágil. Jamais esquecerei as suas risadas provocadas pelo Martim, que tinha em criança hábitos de chaveiro. Chaves que estivessem a jeito, bolso com elas. Eram suas e guardava-as bem guardadas para ninguém as descobrir. E contava o meu irmão que tinha de lhe telefonar para ele explicar bem direitinho onde as tinha escondido, porque sem elas não podia abrir as portas. E o Martim lá cedia.
Em 2006, quando tive o enfarte, ele ficava a olhar para mim, quantas vezes sem falar, mas eu notava no seu silêncio a inquietação que lhe ia na alma. Há silêncios que dizem mais que mil palavras. 
Recordo-o todos os dias nas minhas orações matinais, num lote de familiares e amigos que vai crescendo, ultimamente com mais intensidade. Que Deus o guarde no seu regaço maternal, para um dia, quando nos reencontrarmos, cara a cara,  e nos tratarmos como sempre o fizemos, por Menino e Mano, revivermos, com todo o tempo do mundo, os momentos agradáveis da vida terrena, que os desagradáveis não os queremos lá connosco. 

Fernando,  o teu mano

Inconstância

"A inconstância deita tudo a perder, na medida em que não deixa germinar nenhuma semente"

Henri Frédéric Amiel (1821-1881), escritor e filósofo suíço


- Posted using BlogPress from my iPad

Assassinado no altar

Crónica de Frei Bento Domingues 

Óscar Romero


1. Óscar Romero, arcebispo de San Salvador, nasceu a 15 de Agosto de 1917 e foi assassinado, a 24 de Março de 1980, enquanto celebrava a Eucaristia. Antes de ser morto, ainda teve tempo de explicar, durante a homilia, que, apesar das ameaças de morte que lhe eram feitas, estava disposto a continuar a lutar contra a violência e a favor dos mais desprotegidos de El Salvador:Outros continuarão, com mais sabedoria e santidade, os trabalhos da Igreja e do meu país.
G. Gutiérrez, considerado o pai da Teologia da Libertação, sublinha: Romero não buscou o martírio, encontrou-o no caminho da sua fidelidade a Jesus Cristo, na firme atitude de pastor que não se calou perante as injustiças e humilhações quotidianas que vitimavam o seu povo[1].

sábado, 30 de maio de 2015

PADRE LÉ NUM PEDESTAL PARA NOS SAUDAR

Padre Lé
Às vezes faz-nos bem sair dos nossos ambientes habituais e procurar no que nos rodeia, um pouco mais ao largo, um recanto sem pressas. Deixar os caminhos por onde andamos sem engano, de olhos fechados, orientados por uma qualquer bússola misteriosa, qual GPS que nos determina os passos e define trajetos, e saltar desse círculo para outros.
A homenagem que foi hoje prestada ao saudoso Padre Lé, com o descerramento de um busto junto à igreja matriz da Gafanha da Encarnação, foi o mote para esse salto. A homenagem, emoldurada por outras festas e recordações, vai merecer um destaque mais alargado num dia destes, porque foi essa a razão da minha presença na terra irmã da Encarnação.
Fui cedo para me deixar envolver pelos ares festivos e por ali cirandei e me quedei a apreciar rostos da minha geração de que a pressa da vida nos separa. Neles vi-me ao espelho, onde sobressaíram cabelos brancos ou a falta deles, rugas como terras margeadas por bois cansados que ziguezagueavam. Mas os olhos e as vozes, meu Deus, não enganam ninguém. Nomes, não me perguntem. Quase todos se me varreram da memória. Com esforço, brotam alguns. Cumprimentos simpáticos, conversas curtas, silêncios e mais silêncios. E o busto do Padre Lé, que à Gafanha da Encarnação a vida deu com presença de mais de meio século, ali ficou num pedestal, a olhar-nos e a saudar-nos, porém, sem o cabelo agitado pelas ventanias de que as nossas terras são tão férteis.
Até um dia destes, se Deus quiser, que o Padre Lé merece.

Fernando Martins

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue