quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Natal desde as "periferias" da humanidade

Reflexão de Jorge Carvalhais 
no Correio do Vouga




Embalado pelo cante, 
representado pela arte, 
meditado pela poesia

Desde a sua eleição, o Papa Francisco mostrou-se determinado em sair dos corredores do Vaticano ao encontro das "periferias" da humanidade.
E, com esse seu exemplo, incita-nos a que façamos o mesmo.
Recentemente, reli a Mensagem que o novo Papa escreveu para o primeiro Dia Mundial das Missões do seu pontificado, em outubro de 2013. Nela, Jorge Mário Bergoglio, iluminado pela Alegria do Evangelho e imbuído do espírito de Assis, apelava a que nos desinstalássemos e saíssemos do "espaço fechado" em que vivemos, para levarmos a Boa Nova "à periferia". Mas estaremos nós dispostos a acolher o que "as periferias" têm para nos ensinar?
Ora, vem esta reflexão a propósito da época que se aproxima e do sentido que devemos dar ao Natal. Daí que, na minha partilha natalícia anual com os leitores do Correio do Vouga, tenha querido deixar poucas palavras pessoais. Antes prefiro ofertar três pequenas "lembranças": um tema musical, uma peça de artesanato e um poema.
Em comum, todas elas têm o facto de terem nascido das "periferias": da margem esquerda do Guadiana, no Alentejo mais distante e profundo; da savana ugandesa, coração da África, Terra-Mãe; da Amazónia meridional, na Pátria Grande, latino-américa querida.
E apesar de nenhuma ser da minha autoria, estou certo de que os seus autores não se importarão que eu faça delas os meus "presentes" de Natal 2014.


Estados Unidos e Cuba mais próximos

Estados Unidos e Cuba
restabelecem relações diplomáticas
com mediação do Papa

 
Obama com  Raúl Castro no funeral de Mandela

«Os Estados Unidos da América e Cuba decidiram ontem restabelecer as relações diplomáticas e económicas entre os dois países, que tinham sido cortadas em 1961, pouco depois de chegada ao poder de Fidel Castro.
Segundo o presidente norte-americano, Barack Obama, o Vaticano e o próprio Papa Francisco intervieram diretamente neste processo, pedindo às duas partes que restabelecessem o diálogo e promovessem mudanças.»

Li na Ecclesia


NOTA: Sabe-se que a aproximação entre EUA e Cuba foi preparada em segredo. A diplomacia, quando quer e pode, faz muito mais que as guerras. Ontem, dia de aniversário do Papa (78 anos), coincidência ou não, deu-se um enorme passo em frente e as embaixadas vão ser abertas. Depois, o tempo e a boa vontade de homens farão o resto. Mais de 50 anos de portas fechadas, EUA e Cuba poderão agora cooperar, no respeito pelas diferenças legítimas de cada Estado.
Os presidentes, Obama e Raúl, enalteceram o contributo do Papa Francisco para o restabelecimento das relações diplomáticas, coroadas com a libertação de  prisioneiros. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Papa está de parabéns



O Papa Francisco está de parabéns, não só pelos seus 78 anos de vida, muitos dos quais ao serviço do Reino, mas também pela sua forma de ser e de estar no mundo dos homens, crentes e não crentes, que a todos trata com simpatia e estima.
Embora os nostálgicos de um papado fechado e avesso ao convívio e ao diálogo franco e fraterno não simpatizem muito ou mesmo nada com o Papa Francisco, que veio do outro lado do mundo, a verdade é que ele tem conquistado a admiração de homens e mulheres de boa vontade, independentemente das suas opções religiosas ou outras. E até de não crentes.
Os meus parabéns para o Papa Francisco, com votos de que Deus lhe dê saúde para continuar a guiar a barca de Pedro.

Museu de Aveiro merece uma visita

Museu de Aveiro


O Museu de Aveiro merece uma visita pelo acervo artístico e sentimental que possui. Não para passar a correr, mas para nos deliciarmos com artes e memórias da princesa Joana que a cidade e diocese assumiram como padroeira. Não foi ela que, em tantas circunstâncias,com o epíteto de “sua pequena Lisboa”?
Um dia destes, ao olhar para a renovada fachada exterior, que sintoniza com o interior, senti como obrigação recomendar uma visita aos meus amigos e leitores, sobretudo nesta quadra natalícia.
As nossas prendas de Natal poderiam ser adquiridas no Museu de Aveiro, porque há preços para todas as bolsas, prendas essas que substituiriam com vantagens as bugigangas que por vezes se compram. É uma ideia, embora tenha a convicção de que hoje, com as restrições que as famílias sentem, não haverá, para muitos, lugar a lembranças.

Mensagem de Natal do Bispo de Aveiro

É Natal, Jesus está connosco



É Natal, Jesus está connosco. Desde a Sua conceção, Ele é verdadeiro homem e verdadeiro Deus: homem como nós, nascido numa família humana, mas concebido pelo Espírito Santo. Ele é o verdadeiro «Emanuel», o Deus connosco (Mt 1, 23).
Este Jesus é a razão do verdadeiro Natal. Celebramos o Seu nascimento. A narração da natividade, tal como a descrevem os Evangelhos, é muito simples: tudo ocorre na solidão e no silêncio. Maria e José são as únicas testemunhas. A grandiosidade de um Imperador que ordena um recenseamento em todo o mundo conflui num humilde presépio, no qual está deitado o Menino.
Assim valoriza Deus o que somos e temos. Quando falamos em “oferecer o melhor que temos ao Senhor”, deveríamos examinar se a nossa escala de valores se ajusta a esta que Deus Pai estabeleceu, preparando o acolhimento ao Seu querido Filho, que nasceu para cada um de nós. O que é verdadeiramente extraordinário é que Deus se fez homem.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Oração do Deus-Menino



ORAÇÃO DO DEUS-MENINO

Era noite; e por encanto
Eu nasci, raiou o Dia.
Sentiu meu pai que era Santo,
Minha mãe, Virgem-Maria

As palhinhas de Belém
Me serviram de mantéu;
Mas minha mãe, por ser Mãe,
É a Rainha do Céu.

Nem há graça embaladora,
Como a de mãe, quando cria;
É como Nossa Senhora,
Mãe de Deus, Ave-Maria!

Está no Céu o menino,
Quando sua mãe o embala.
Ouve-se o coro divino
Dos anjos, a acompanhá-la.

Como num altar de ermida,
Ando no teu coração;
Para ti sou mais que a vida
E trago o mundo na mão.

Não sei de pais, em verdade,
Mais pobrezinhos que os meus;
Mas o amor dá divindade,
E eu sou o filho de Deus!

Jaime Cortesão

In "Anunciação e Natal na Poesia Portuguesa",
Antologia organizada por António Salvado

O perfume

"O perfume sempre perdura 
na mão que oferece a rosa"

Halda Béjar

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