porque as coisas não aparecem feitas
Aníbal Sarabando |
Aníbal Sarabando Bola, 67 anos, casado com Maria da
Conceição Marques, um filho e uma filha, marítimo reformado, é um exemplo de
dedicação à comunidade paroquial da Gafanha da Nazaré, manifestando a sua
disponibilidade para fazer o que for preciso, apesar das suas limitações de
saúde. Chegou há dias das Termas de São Pedro do Sul, onde encontrou melhoras
para os seus problemas de coluna. Sabe que não haverá cura, mas não desiste da
ideia de vencer as dores que o incomodam. Recusa-se a ser operado, porque os
médicos não lhe escondem que pode ficar numa cadeira de rodas.
Começou cedo, depois da instrução primária, uma vida de
trabalho duro. Aos 20 anos embarcou num navio da pesca do bacalhau. Foi moço de
convés nas três primeiras viagens, a última das quais a fazer o óleo de fígado
de bacalhau, e a seguir passou para as máquinas, para aí desempenhar todas as tarefas,
desde ajudante até primeiro motorista.
Antes do mar, porém, trabalhou nas obras da reconstrução da
igreja matriz, no tempo do padre Domingos Rebelo, e a seguir passou para as
oficinas da EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), onde aprendeu o essencial que lhe
abriu as portas da casa das máquinas.
Reformou-se no ano 2000, com 32 de anos de mar. E quando,
como muitos, esperava descansar de tanta labuta, longe da família, não consegue
estar parado. Faz em casa o que é preciso e ocupa-se na lavoura.