terça-feira, 4 de março de 2014

É necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha




Fez-Se pobre, 
para nos enriquecer com a sua pobreza


«À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.»

Da Mensagem do Papa Francisco para a quaresma

A memória

«A memória é o diário que todos 
transportamos de um lado para o outro.»

Oscar Wilde, 
em  A importância de ser Ernesto (1898)

segunda-feira, 3 de março de 2014

Prior Sardo, fundador e “rei”


Prior Sardo



“Em artigo publicado em «O Ilhavense», no dia 1 de Dezembro de 1958, o Padre Resende afirma que o Prior Sardo «dava ordens e directrizes em que era obedecido sem restrições ou quaisquer objecções, criando por esta forma ambiente favorável à criação da freguesia, que ele desde há muito trazia em mente». Noutro passo do seu artigo, garante que o Prior Sardo era considerado «o rei daquelas terras», sendo o primeiro a entender , «diante de Deus e dos homens, que devia interferir oportunamente com a sua autorizada acção e eficaz campanha na independência desejada». Assim, «reconheceu a necessidade de ingressar nos segredos da política dominante e agir dentro dela, como era costume, naqueles tempos, qualquer entidade que solicitasse uma mercê»”.

Fernando Martins 

In “Gafanha da Nazaré, 100 anos de vida”, pág, 80-81

Publicado no Correio do Vouga em 8 de setembro de 2010

domingo, 2 de março de 2014

ANTÓNIO FRANCISCO - BISPO DO PORTO

D. António Francisco


«Depois dos descaminhos da imprensa no ensaio de nomes, o Papa Francisco nomeou finalmente o novo bispo do Porto: António Francisco dos Santos, até agora bispo de Aveiro. Homem simples, humilde e sábio, vem como pastor para uma diocese tão importante quanto difícil. Também se chama Francisco, e, neste caso, o nome não é mera coincidência.»

Anselmo Borges 
no DN de ontem 

A MENTIRA E A VERDADE

«Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.»

Winston Churchill (1874-1965),
 político e estadista inglês.
No PÚBLICO de hoje

Mais chuva

«Em março, cada dia chove um pedaço.»

Nota: A ser assim, estamos mal. Mas quando vier a primavera, em 21 de março, com o dia igual à noite, pode ser que o tempo mude e nos faça sorrir!

O SER HUMANO TEM CURA (1)

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO de hoje

Frei Bento Domingues


1. Este título contraria a conhecida sentença antropológica de José Saramago induzida da História e da observação quotidiana: o ser humano não tem cura. A patologia de que sofre parece resultar de um defeito de fabrico. É um animal que leva muito tempo para nascer e, em comparação com os outros mamíferos, vem mal equipado para enfrentar o mundo envolvente.

Uma criança vem ao mundo com enormes vantagens potenciais quanto a inteligência, emoções, linguagem, criatividade estética e capacidade técnica. É uma personalidade em gestação, um centro de relações com uma comunidade de conhecimento e de afectos que a precedeu e a torna apta para sonhar, projectar e realizar o que nunca existiu ou para destruir um património de milênios. As neurociências e as nanotecnologias prenunciam uma caixa de surpresas nos subterrâneos da mente, sem um alarme ético a avisar que nem tudo o que é possível fazer deve ser concretizado.