Quando me propus registar pedaços da história da Gafanha da Nazaré, ouvidos uns e vividos outros, socorri-me da memória. E logo reconheci, de forma mais palpável, a sua importância. Com ela, e graças a ela, consigo desenhar percursos, meus e de outros, e compreender os alicerces das gentes desta terra que durante muitas décadas construíram a aldeia, depois a freguesia e mais tarde a vila e a cidade.
Senti, então, enquanto retrocedia no tempo, como a memória explica sentimentos, quantas vezes esculpidos nos acontecimentos que vivi ou vi de perto, mas também que foram experimentados por tantos outros e que passaram de boca em boca. Com a memória revivi interrogações, desafios, barreiras e sucessos que encheram a alma dos gafanhões.