sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Natal - Eram os convidados de honra


«A noite de Natal. A ceia. A aproximação do acontecimento, a repetição sempre apetecida, igual e nova, o diferente que pairava e nos invadia e ficava a agitar-nos como um vento bom. A grande sala de jantar repensada desde os primeiros dias de Dezembro, limpa do tecto às frinchas do soalho, sob a fiscalização da Avó, que já sabia de cor os sítios mais vulneráveis, entre as frinchas que iam de lado a lado, ao comprido das tábuas, na juntura, muito penetradas pela piaçava, rija, a escovar o mais fundo possível, metia-se a vassoura no balde, esfregava-se-lhe o sabão, “é preciso que a água com o sabão entre abundante na frincha e seja arrastada com o rasar da piaçava, para com ela vir todo o lixo”, dizia ao ensinar, depois o pano apanhava-o, depois passava-se por água limpa, constantemente renovada, o pano limpava, por fim, muito espremido, e a madeira ficava repousada, amarelinha e seca, quase. Esta, a última fase da limpeza, todo o resto fora metodicamente executado de cima para baixo e, por fim, podia-se respirar o ar cheiroso a lavado fresco.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

NATAL

NATAL: Uma Alegria que vem de dentro


Não recorras ao que já sabes do Natal,
mas coloca-te à espera
daquilo que de repente em teu coração
se pode revelar

Não reduzas o Natal ao enredo dos símbolos

tornando-o um fragmento trémulo sem lugar
no concreto da vida

Não repitas apenas as frases que te sentes obrigado a dizer

como se o Natal devesse preencher um vazio
em vez de o desocultar

Não confundas os embrulhos com o dom

nem a acumulação de coisas com a possibilidade da festa:
o que recebes de graça
só gratuitamente poderás partilhar

Cuida do exterior sabendo que ele é verdadeiro

quando movido por uma alegria que vem de dentro

Uma só coisa merece ser buscada e celebrada, uma só:

o despertar de uma Presença no fundo da alma

Por isso o Natal que é teu não te pertence

Só a outro o poderás pedir.

José Tolentino Mendonça


NOTA: Publica no Semanário Ecclesia

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Um dia no Hospital de Aveiro

A Lita já está em casa a olhar a vida



Ontem, 11 de dezembro, foi um dia para esquecer. Uma queda de minha mulher, a Lita, num estabelecimento comercial de Aveiro, levou-a a ser tratada nas Urgências do Hospital Infante D. Pedro. Ainda necessitou de ser observada no Hospital de Coimbra, mas, felizmente, já está a descansar em casa. Um dia cheio de preocupações que deu para perceber que a solidariedade não é sentimento vão. O proprietário do estabelecimento apressou-se a ir ao Hospital e telefonou-me depois com compreensível  pena pelo que se passou, oferecendo os seus préstimos para o que fosse necessário.  A solidariedade existe, de facto, a vários níveis, mas raramente é notícia. O normal da bondade humana, mesmo no que diz respeito a servidores públicos, nomeadamente, médicos, paramédicos e demais funcionários, passa-nos ao lado. Mas ela existe, realmente.
Ontem vivi, de lado, a azáfama dos corredores das Urgências, com macas por todo o lado, sem que tenha havido qualquer catástrofe a justificar a afluência de doentes, sobretudo idosos, uns esperando pacientemente a sua vez de serem atendidos, outros impacientes,  e um até gritou, bem alto, que estava vivo!
Penso que todos sonhamos e exigimos médicos e enfermeiros ao nosso lado e na hora de uma dor cuja causa não descortinamos. Mas isso não é possível. Haverá médicos e enfermeiros a menos para o volume de doentes que recorrem aos serviços de saúde, mas o que contemplei foi um ambiente de entrega absoluta, cuidada, atenta, responsável e até com sorrisos animadores na face sobrecarregada de trabalho. Também contemplei gente que protesta por tudo e mais alguma coisa, em jeito de descontentamento,  talvez motivado pela angústia. Porém, nem assim, os funcionários deixaram de  acolher todas as pessoas com solicitude. 
Infelizmente, o bem é normalmente não-notícia,  e qualquer falha, por mais simples que seja, ocupa na comunicação social espaço em caixa alta e letras gordas. Acho que todos teremos de reformular, pela positiva, a nossa visão do mundo em que vivemos. Mundo cheio de coisas boas que, na balança de pratos iguais, vão muito ao fundo, subindo em flecha a realidade das coisas más. Estarei a ser injusto? Julgo que não.
Com a Lita combalida, mas já por aqui a olhar a vida, até me apeteceu ouvir a IX Sinfonia de Beethoven. Grande música para um feliz momento.
Muita saúde para todos.

Fernando Martins



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

José António Pinto deixa medalha no Parlamento

UMA LIÇÃO DE COERÊNCIA

José António Pinto deixou esta tarde na Assembleia da República a medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário da declaração Universal dos Direitos Humanos, que lhe tinha sido entregue como reconhecimento pelo seu trabalho no Porto. O assistente social da Junta de Freguesia de Campanhã afirmou que trocava a medalha por outro modelo de desenvolvimento económico. A sala irrompeu em palmas e ainda ouviu José António Pinto instar os governantes a estancarem "imediatamente este processo de retrocesso civilizacional que ilumina palácios, mas ao mesmo tempo deixa pessoas a dormir na rua".

Porto de Aveiro aposta na ligação a Espanha

Ligação ferroviária do Porto de Aveiro a Salamanca
é necessidade imperativa



«O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Pedro Saraiva, defendeu, em Coimbra, que a ligação ferroviária entre o porto de Aveiro e Salamanca é uma "necessidade imperativa".
Pedro Saraiva falava depois de ter participado numa reunião do Conselho Regional do Centro (CRC), durante a qual foram debatidos os "eixos" e "domínios" do plano de ação da região, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio, a vigorar entre 2014 e 2020, no valor de cerca de 20 mil milhões de euros.
Embora se tenha escusado a comentar projetos concretos, pois ainda faltam "contributos" e os cinco "eixos de atuação" e 19 "domínios de intervenção" que sustentam a estratégia regional estão em discussão pública (entre 11 e 31 de julho), o presidente da CCDRC salientou que aquela ligação é apontada como essencial pela generalidade das entidades e pessoas que participaram na discussão sobre a aplicação de fundos europeus na região, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio.»

Frio no Natal

"Ande o frio por onde andar, pelo Natal cá vem parar"


"Deus lhe pague"



Quanto não vale um cunhado…

“Em São Paulo, um transeunte passou mal na rua, caiu e foi levado para o serviço de de emergência de um hospital particular, pertencente à Universidade Católica, administrado totalmente por freiras.
Lá, verificou-se que teria que ser urgentemente operado do coração, o que foi feito com total êxito. 
Quando acordou, ao seu lado estava a freira responsável pela tesouraria do hospital e que lhe disse prontamente: 

- Caro senhor, sua operação foi bem sucedida e o senhor está salvo... Entretanto, há um assunto que precisa de sua urgente atenção: Como o senhor pretende pagar a conta do hospital ?

E a cobrança começou...

- O senhor tem seguro-saúde? 
- Não, Irmã.
- Tem cartão de crédito? 
- Não, Irmã. 
- Pode pagar em dinheiro? 
- Não tenho dinheiro, Irmã.

E a freira começou a suar frio, antevendo a tragédia de perder o recebimento da conta hospitalar !
Continuou com o questionamento;

- Em cheque então, o senhor pode pagar ? 
- Também não, Irmã.
A essa altura, a freira já estava a beira de um ataque. E continuou...
- Bem, o senhor tem algum parente que possa pagar a conta? 
- Ah... Irmã, eu tenho somente uma irmã solteirona, que é freira, mas não sei se ela pode pagar. 

A freira, corrigindo-o disse:
- Desculpe que lhe corrija senhor, mas as freiras não são solteironas, como o senhor disse. Elas são casadas com Deus !!! 

- Ah! Magnífico! Então, por favor, mande a conta pro meu cunhado!

E assim nasceu a expressão: 

"Deus lhe pague"

NOTA: Enviado pela Orquídea Ribau, para vivermos este dia com humor sadio. Depois da crise, poderemos rir com mais gosto. 

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