terça-feira, 20 de novembro de 2012

IDOSOS ABANDONADOS


As histórias reais de idosos abandonados não são um fenómeno só de agora. Desde sempre existiram e não faltam relatos de cenas em que os velhos eram esquecidos.. O assunto volta à tona de água, responsabilizando-se a presente crise como razão primeira do abandono dos idosos. Talvez… 
Diz-se que o Governo vai estudar o assunto para depois legislar em conformidade, porventura com vontade de castigar os responsáveis por esses atos criminosos. Só não poderá legislar sobre os afetos que não existem. E o problema está aí. 
Noticia-se que os velhos são retirados dos lares para as famílias poderem sobreviver com as suas pensões de reforma. Diz-se que as residências dos filhos e netos não têm quartos nem espaço para os pais e avós. Sublinha-se que os empregos, quantas vezes longe de casa, não permitem oferecer a atenção devida aos mais velhos. 
O Estado, que também devia cuidar dos que durante a vida contribuíram para as contas públicas, não tem alma nem sensibilidade para isso. E agora, pelo que se sabe, não tem dinheiro para nada. O dinheiro dos contribuintes, destinado à sua sobrevivência na hora da reforma, foi depositado nos cofres estatais e evaporou-se! Os velhos estão condenados a respirar o ar que ainda não se paga. 
O problema está, contudo, na falta de afetos. Se eles existissem, não haveria idosos abandonados à sua triste sorte. Ficam esquecidos nos hospitais, nos lares onde raramente são visitados pelos familiares, em suas casas sem condições de vida dignas de um ser humano. 
Morreu o espírito de vizinhança, o sentido da proximidade, o gosto pela partilha, a capacidade de diálogo em especial com os menos jovens, a humanidade que gera fraternidade e a bondade que alimenta o amor. 
Há velhos acolhidos, respeitados, ouvidos, cuidados e tratados com todo o carinho. É verdade. Mas hoje apeteceu-me falar apenas dos velhos abandonados como lixo que já não presta para nada. Prometo, contudo, que voltarei ao tema, para falar dos que, no fim da vida, têm quem olhe por eles com amor sem medida, tal é sua dimensão. 

FM

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


Olho por Olho

«Olho por olho, e o mundo acabará cego»

Mohandas Gandhi
(1869 - 1948)

Li no PÚBLICO de hoje

Nota: Penso que raramente prestamos atenção ao que dizem e fazem os grandes vultos da história, na linha do positivo. E também, já agora, ao que nos dizem, com a sua vida e humildade, os homens bons deste mundo. A afirmação bíblica do «olho por olho, dente por dente» mostra, claramente, que a guerra provoca mais guerra, o ódio mais ódio. Em contrapartida, o amor e a bondade só podem alimentar mais fraternidade e mais paz.

sábado, 17 de novembro de 2012

A alegria de uma funcionária de bar

Menina Olga

Ontem, sexta-feira, a minha colabora assídua e atenta aos que se passa à sua volta sublinhou, em jeito de homenagem, o ambiente de trabalho em que está inserida, que é uma escola da Gafanha da Encarnação. Escreveu a sua já habitual Crónica de um Professor, em que frisou o trabalho da funcionária do bar, a Menina Olga, por sinal minha ex-aluna. E fê-lo com tal simpatia, que não resisto a chamar a atenção dos meus leitores para a Crónica da professora  Donzília Almeida,  que refere:

«E, como há tantos trabalhadores, nesta escola, apesar dos cortes que se têm verificado, neste setor, é quase raro o dia, em que não há bolinho... no bar! Criam-se assim, pequenas pausas no trabalho, para descomprimir, refazer energias e comunicar o que vai na alma dum professor atribulado! As palavras, essas fluem como as cerejas: quando se puxa uma, vêm aos molhos e adoçam e retemperam as mais das vezes. Por detrás de tudo isto, está, sempre, o rosto amistoso e franco, da Menina do Bar (ou será da Menina do Mar... aqui, tão perto!?) que reparte, magnanimamente, o seu sorriso, por todos! Não tem mãos a medir, nos pequenos e grandes breaks que preenchem o quotidiano laborioso do professor! Que nunca lhe falte a alegria, pois com ela vem sempre acoplado o seu sorriso encantador!»

Aqui ficam os meus parabéns aos funcionários das escolas que, apesar das crises e das ameaças que por todos os lados esvoaçam, ainda conseguem partilhar sorrisos encantadores. 
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FM


Átrio dos Gentios em Guimarães


"João Lobo Antunes e cardeal Gianfranco Ravasi: 
um dueto cordial e abrangente sobre a vida humana

Foi em Guimarães o primeiro diálogo da edição portuguesa do Átrio dos Gentios, estrutura da Igreja Católica criada no Vaticano para promover o diálogo entre crentes e não crentes.
Em dueto o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho da Cultura, e o neurocirurgião João Lobo Antunes.
Perante centenas de pessoas presentes no grande auditório da Universidade do Minho, o prelado afirmou que a sociedade tem de voltar às grandes questões sobre a vida e o mundo, num tempo cheio de «banalidade».
«Uma das grandes tragédias do nosso tempo é que as grandes perguntas já não se coloquem», sublinhou.
«Nós procuramos algo que nos supera», apontou o cardeal, acrescentando que que existem mais concordâncias do que discordâncias no que diz respeito ao tema escolhido para a edição portuguesa, "O Valor da Vida"."

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Apreciar o outro...

"Quem aprecia as características do outro, 
amplia a mente, o coração e a vida "

Padre Joseph Kentenich
(1885-1968)

Nota: Aqui não há lugar para a inveja, mas apenas para a simplicidade de ver o que há de bom no outro.

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APRENDEI A LIÇÃO DA FIGUEIRA

Georgino Rocha

A figueira constitui o recurso pedagógico a que Jesus “lança a mão” nos seus ensinamentos sobre o que irá acontecer no final dos tempos. Os discípulos estão habituados a observar o que acontece com ela nas várias estações do ano. Sabem que é a última árvore a desabrochar os rebentos nos ramos e a cobrir-se de folhas, deixando a letargia da hibernação e abrindo-se às novas aragens dos começos do Verão. E sabem também que só depois virão os figos apreciados e saborosos. Antes, porém, passa por fases de total despojamento, fustigada pelas forças agressivas e devastadoras de vendavais e chuvas intensas. Paciente, o agricultor observa os sinais da evolução do ritmo normal da vida “congelada” e, confiante, aguarda a hora promissora da nova estação.