sábado, 5 de novembro de 2011

Poesia para este tempo


NO MEU PAÍS NÃO ACONTECE NADA

No meu país não acontece nada
À terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
Às casas com que o frio abre a praça.

Dezembro vibra vidros brande as folhas
A brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
Que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul

Que sobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente tem saúde e assistência cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
O único caminho é direito ao sol

No meu país não acontece nada
O corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
O fisco vela e a palavra era para toda a gente

E juntam-se na casa portuguesa
A saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
Da velha lei mental pastilhas de mentol

O português paga calado cada prestação
Para banhos de sol nem casa se precisa
E cai-nos sobre os ombros quer a arma quer a sisa
E o colégio do ódio é a patriótica organização

Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nessa orla costeira qual de nós foi um dia menino?

Há neste mundo seres para quem
A vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe
Atenta a gravidade do momento

O meu país é o que o mar não quer
É o pescador cuspido à praia à luz do dia
Pois a areia cresceu e o povo em vão requer
Curvado o que de fronte erguida já lhe pertencia

A minha terra é uma grande estrada
Que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer

Ruy Belo

NOTA: Sugestão do caderno ECONOMIA do EXPRESSO de hoje

Livro polémico e ponto de partida para o debate, que vai obrigar a um melhor e maior conhecimento de Jesus



“O Último Segredo” – 2 
Anselmo Borges 

Continuo a apresentação de O Último Segredo. Depois do que escrevi aqui na semana passada, desafio José Rodrigues dos Santos a retirar o que escreve na página 11: "Todas as citações de fontes religiosas e todas as informações históricas e científicas incluídas neste romance são verdadeiras." Lanço esse desafio, porque essa afirmação leva a um sem número de ambiguidades e equívocos e, assim, não é verdadeira. Afinal, a que informações históricas e teológicas se refere como verdadeiras? Também a afirmação "São milhares de erros a infectar a Bíblia", "incluindo fraudes"? Quais fraudes? O que valem, por exemplo, o sepulcro de Talpiot e os ossários descobertos? Os cristãos não habitam todos no asilo da superstição e da ignorância e, como já disse, não baseio a fé na ressurreição no túmulo vazio...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A independência dos Estados da UE

A Gréca informou a UE que já não vai avançar com qualquer referendo para decidir sobre o respeito pelas exigências da Troika. Esta decisão mostra claramente como os países da UE vão perdendo a sua independência a partir de setor económico e financeiro. Hoje pelas medidas impostas pela Troika e amanhã por outras razões.
Há tempos, disse neste meu espaço que Portugal não existia há mil anos e nada nos garantia que dentro de umas centenas ainda cantássemos o Hino Nacional ou respeitássemos a Bandeira verde-rubra. Alguns amigos caíram-me em cima contra aquilo que apelidaram de um pessimismo injustificado. Pois é. Agora da Grécia e um dia destes de um outro membro da UE.

500 anos não são nada na história


 Malaca

Portugal ao longe
António Rego

Mesmo sem se entender a língua, 
ou falando um português 
do tempo de Afonso de Albuquerque, 
há um povo que aí encontra 
a sua identidade, 
a venera, reza e ama 
com um enternecimento 
comovedor 


500 anos não são nada na história. Andar 12 mil quilómetros de avião aos solavancos, chegar a um lugar, ver uma pequena fortaleza, dois barquinhos a percorrer a cidade como se fossem duas imagens de santos, os jovens numa correria para os acompanharem, alguns mais tisnados, junto ao mar a cantar melodias portuguesas tão distantes do original nas palavras como nas melodias, as casas marcadas por uma cruz, o bairro conhecido tanto como português, como cristão, faz, a quem chega, ainda que não seja pela primeira vez, estremecer de emoção por o povo a que pertence ser o mesmo que ali vive naquele bairro simples de pescadores.

MUÇULMANOS VIVEM NA EUROPA COM OS MESMOS DIREITOS DOS EUROPEUS

D. Louis Sako

«No Iraque, é o contrário. Os cristãos não têm direitos, mesmo os que lá nasceram. Não gozam de liberdade religiosa, vivem sob ameaça e são constantemente alvo de violência. A pressão sobre eles é tão grande que, ao recusarem converter-se ao islão, arriscam a própria vida. Ou seja: estão na sua própria terra, são cristãos e morrem por causa disso.
Por cá, ao abrigo da chamada tolerância, os muçulmanos constroem mesquitas e manifestam-se como querem. E é assim que está certo: a defesa dos direitos humanos, nomeadamente, da liberdade religiosa deveria ser o melhor cartão de visita do Ocidente cristão.
Então, porque não nos batemos pela reciprocidade? Se respeitamos em nossa casa os direitos dos muçulmanos, bem podiam os muçulmanos fazer o mesmo com os direitos dos cristãos.
Nestes dias, o grito dos nossos irmãos iraquianos brada aos nossos ouvidos, pela voz do Arcebispo de Kirkuk. Monsenhor Louis Sako está em Portugal para dar testemunho.
Desde 2003 até agora, 54 igrejas foram atacadas e 905 cristãos perderam a vida. Os dados são alarmantes e revelam como está em risco o futuro dos cristãos no Iraque. Mas igualmente grave é o desabafo com que Monsenhor Sako terminou a sua intervenção em Lisboa: “Francamente, não percebo como é que os cristãos na Europa são tão indiferentes e têm vergonha da nossa fé”.»

Aura Miguel

Na RR online, de 4 de novembro de 2011


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

No litoral aveirense, o mar foi visitar a ria

O Ângelo teve a gentileza de me enviar fotos que mostram o mar a saltar para a ria de Aveiro. Estaremos todos, sobretudo o gafanhões, em perigo?






Filarmónica Gafanhense comemora o 175.º aniversário




A Música Velha foi fundada em 1836


Decorria o ano de 1885, quando um grupo de Ilhavenses, tendo como mestre João da Conceição Barreto, reorganizou e contribuiu para novo baptismo da banda que passou a designar-se Sociedade Filarmónica Ilhavense.
Mário Catarino foi também regente, embora por pouco tempo, sendo substituído pelo seu conterrâneo Armando da Silva, que no seu tempo, em Maio de 1934, alterou a designação social para Sociedade Musical Filarmónica Ilhavense (Música Velha).
Até meados de 1972 muitos foram os regentes que dirigiram a Associação, tendo nesse mesmo ano sido criada a Escola de Música Gafanhense, na Gafanha da Nazaré, pois era daqui que provinham muitos dos jovens com vontade de aprender música.
Em 1986, a Associação Musical Filarmónica Ilhavense festejou os seus 150 anos de existência, tendo realizado a Escritura de Constituição, na Secretaria Notarial de Aveiro, a 24 de Abril desse mesmo ano.

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