terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ainda os casamentos gay



O sexo dos cônjuges


Desculpem o meu cepticismo. Mas parece-me que a possibilidade de um casamento só ter noivos ou noivas é pouco para começar ou acabar uma civilização. No fundo, estas "causas fracturantes" em Portugal têm menos que ver com a vida social do que com a vida política. Falamos do "casamento gay" porque o PCP e o BE querem entalar o PS e porque o PS não se quer deixar entalar e, já agora, quer entalar a direita.

Os homossexuais entram nesta história como carne para canhão político. Basta pensar que entre os seus advogados encontramos os comunistas, que criaram, nos países em que estiveram no poder, dos piores infernos do século XX para a homossexualidade (leiam as memórias de Reinaldo Arenas). Ou que o PS, para ficar de bem com toda a gente, não se importa de lhes dar com uma mão o casamento e com a outra, ao proibir adopções, a primeira discriminação legal. Com o devido respeito pelas boas almas a quem o caso excita, o que convém aqui ao cidadão é uma indiferença higiénica pelo que diz e faz uma classe política irremediavelmente cínica.

Rui Ramos

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Obama: O povo haitiano não será esquecido



Haiti, os milagres da tragédia

1. O Haiti é o novo centro do mundo. Desde o dia em que a terra tremeu (12 de Janeiro 2010) uma multiplicidade de acções vai-se estendendo pelo mundo inteiro no sentido da necessária ajuda ao povo haitiano. As contagens revelam o lado frio do acontecimento (cerca de 200 mil mortos?), mas o acontecimento trágico, tal como a dor e o sentimento, é sempre individual. Existem as descrições horrendas características do pior que a desumanidade pode sofrer, mas existem histórias de milagres de algumas vidas salvas em plena tragédia. As desgraças trazem consigo sempre também o lado do surpreendente e da valorização de cada vida salva, de cada gesto solidário, de cada momento bom.

Alexandre Cruz

Primórdios da Gafanha

Sobre os primórdios da península da Gafanha, leia aqui.

Lourdes Pintasilgo faria hoje 80 anos


Se fosse viva, Maria de Lourdes Pintasilgo faria hoje 80 anos. Nasceu em Abrantes a 18 de Janeiro de 1930 e faleceu, em Lisboa, a 10 de Julho de 2004. Foi a única mulher portuguesa a ocupar o lugar de primeiro-ministro, no pós-25 de Abril. Militante católica, assumiu na vida a aposta numa nova ordem social. Fundou, em Portugal, o Movimento Graal e dirigiu diversas instituições de vocação social e política.
Esta evocação, sucinta, pretende apenas lembrar uma mulher superior, com larga projecção internacional. Em Portugal não havia espaço nem lugar onde pudesse dar largas aos seus projectos de mais cultura e mais justiça social, alicerçadas na Doutrina Social da Igreja. A própria Igreja, aliás, também não soube aproveitar, entre nós, a força do seu carácter, a ambição do mundo melhor que ela desejava, o testemunho de um catolicismo responsável e coerente. Portugal não a soube ouvir e seguir. No estrangeiro foi ouvida e respeitada. 



FM


Os meus livros antigos





"Manual de Civilidade e Etiqueta" é uma edição de 1914, da responsabilidade do Editor - Arnaldo Bordalo, de Lisboa. Trata-se de «Regras indispensaveis para se frequentar a boa sociedade», coligidas por Beatriz Nazareth. É curioso como um livro destes nos pode dar um retrato de uma época, onde as classes chamadas mais altas, no conceito de pirâmide social, decerto estariam em contraste flagrante com a pobreza maioritária do grosso da sociedade.

Bento XVI na Sinagoga de Roma


Bento XVI fala de acção "discreta" 
durante a II Guerra, judeus pedem arquivos abertos

O Papa Bento XVI foi ontem visitar a Sinagoga de Roma - o que aconteceu pela primeira vez. Mas quem esteve presente, nos discursos dos judeus que o acolheram e no discurso que dirigiu à comunidade judaica da cidade, foi o Papa Pio XII, que liderou a Igreja Católica durante a II Guerra Mundial.
Durante a cerimónia, o presidente da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Pacifici, pediu ao Papa a abertura dos arquivos do Vaticano respeitantes ao pontificado de Pio XII (1939-1958). "Enquanto esperamos um julgamento partilhado, desejamos, com o maior respeito, que os historiadores tenham acesso aos arquivos do Vaticano sobre este período e todos os acontecimentos" ligados à Alemanha nazi, afirmou.

António Marujo


Foto publicada no PÚBLICO
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