Recordei aqui um texto, excerto de um outro que escrevi em 1985, sobre as Bodas de Diamante da Gafanha da Nazaré.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Mar Agosto 2009 - Festas do Município de Ílhavo
A edição 2009 do Mar Agosto continua a fazer parte da vida do Município, com momentos diversificados de festa, música, cultura, tradição, desporto, entre outras, numa acção que é também de homenagem ao Sol, à Ria e ao Mar, à nossa História e, em especial, à Vida. PROGRAMA: 25 AGOSTO, Terça-feira 22 horas: Espectáculo com a Filarmónica Gafanhense, Largo do Farol, Praia da Barra 28 AGOSTO, Sexta-feira 22 horas: Grande Concerto de Verão, com LUÍS REPRESAS, Relvado da Costa Nova
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Ruas da Gafanha da Nazaré: Rua Dr. Josué Ribau
Hoje falamos aqui de uma rua da Gafanha da Nazaré, que evoca um jovem, o Dr. Josué Ribau, que ainda está na memória de muita gente. E lembro que na nossa terra há muitos que, de alguma forma, "da lei da morte se foram libertando", como diz Camões.
domingo, 23 de agosto de 2009
Piqueniques: bons momentos vividos em família
Boa recordação que não quero perder
Os anos passaram e os interesses multiplicaram-se. A vida trouxe novos hábitos e a idade sugeriu comodidades, até aí sem peso para se imporem.
As formigas e os mosquitos provocaram alergias, as mantas não eram acolchoadas e o chão nada tinha de mesa que se visse, para além dos tachos, pratos e talheres. Os piqueniques tiveram o seu fim quase por completo. Mas a saudade desses tempos, cheia de alegria, ainda me assalta, como boa recordação que não quero perder.
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sábado, 22 de agosto de 2009
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 146
BACALHAU EM DATAS - 35
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A BÊNÇÃO DOS BACALHOEIROS
Caríssimo/a:
1936 - «A primeira bênção [dos navios bacalhoeiros] foi protagonizada pelo Padre Cruz, passando depois a ser presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e posteriormente – de 1941 em diante – pelo arcebispo D. Manuel Trindade Salgueiro.» Creoula, 16
«A bênção dos navios e tripulações da frota bacalhoeira, em Lisboa, é instituída pelo Estado Novo.» Oc45, 911936 - «A primeira bênção [dos navios bacalhoeiros] foi protagonizada pelo Padre Cruz, passando depois a ser presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e posteriormente – de 1941 em diante – pelo arcebispo D. Manuel Trindade Salgueiro.» Creoula, 16
«No ano de 1936, a firma Brites e Vaz recebeu uma das “melhores construções portuguesas”, de então, saída das mãos de Manuel Maria Bolais Mónica, o lugre-motor, em madeira, de quatro mastros, BRITES. Este navio moderno, com 50 m de comprimento, deslocando 422 t, equipado com motor Deustcher de 300 CV, TSF, luz eléctrica, custou 600.000$00. Nele foram utilizadas as melhores madeiras brasileiras, riga, carvalho e pinho manso. O BRITES deslizou para a água acompanhado pelo hino nacional e sob as tradicionais palavras do Ministro da Marinha, comandante Ortins Bettencourt: “Em nome de Deus, da Pátria e do Estado Novo”. Por esta ocasião mestre Manuel Mónica viu reconhecido o seu trabalho na construção de muitos lugres para a frota mercante portuguesa, pois foi agraciado pelo Ministro do Comércio com a medalha de Mérito Industrial.» Oc45, 117
Abr19 - Manuel Maria Bolais Mónica recebeu a condecoração da medalha de Mérito Industrial e Agrícola.
«Entre 1936 e 1964, os navios velhos foram substituídos e construídos 83 navios novos. Destes, 67 foram construídos em estaleiros nacionais, entre os quais o CREOULA e o seu gêmeo SANTA MARIA MANUELA.» Creoula, 11
«Em 50 navios da pesca do bacalhau à linha no ano de 1936; lugres de madeira – só 1 de construção em aço-, 42 capitães de Ílhavo, 419 tripulantes (moços, cozinheiros e ajudantes), 1709 pescadores.» HDGTM,
FAROL – iluminação eléctrica (até esta data, a petróleo).
Manuel
Crónica de Férias: Bacalhau
BOM APETITE SE DESEJA!
Nesta época estival, já alta, a um terço do fim, a meteorologia tem vindo a contentar, satisfatoriamente, os banhistas, que a esta zona balnear acorrem à procura de retempero para as suas fadigas. Vem mesmo a calhar este tempo ameno, que, no dizer do presidente do município, se deve, em parte, ao conluio/intercessão do pároco da freguesia. Este, num sorriso de bonomia, admite a sua quota parte de “culpa”, nesta tão agradável condição climática.
Com efeito, foi agradecido a ambos, S. Pedro e prelado, a concessão de favoráveis condições meteorológicas, para a abertura/inauguração do festival do bacalhau. Tanto se tem trabalhado em prol deste fiel amigo, que por toda a parte se vêem sinais e motivos decorativos, alusivos ao pescado.
Foi ele o mote para a realização dum convívio alargado a todo o município, nas famigeradas tasquinhas do bacalhau. Aí se degustam várias receitas do referido alimento, fazendo jus à tradição gastronómica portuguesa que sintetiza a sua riqueza e diversidade na parangona -100 maneiras de cozinhar bacalhau.
À volta dele, se confraterniza em são e alegre convívio, onde, à mistura também aparecem salpicos de discórdia e inimizade. Aparece de tudo como na farmácia e apenas se comprova como as relações humanas são algo complexas.
Neste contexto do bacalhau, que ocorre num tempo de descontracção e revigoramento da memória, em férias, vem à tona uma cena relacionada com o fiel amigo.
Conta-se em círculos docentes, nomeadamente entre professores de Português, um episódio hilariante, que passo a narrar. Numa aula de Português, em que a professora abordava, pela rama, o texto poético, introduzindo noções muito elementares de métrica, rima, etc., deu como trabalho de casa a procura de uma frase poética. No dia seguinte, o Manelinho apresenta a frase: “O sol é grande, caem co’a calma as aves!” Muito bem! disse a professora. - Escolheste o poeta Sá de Miranda, do Cancioneiro Geral! E tu, Joãozinho, que dizes? "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”! Muito bem, menino Joãozinho, a tua frase vem a talho de foice, pois é altamente poética! - Ora muito bem, vamos agora ouvir o menino Zequinha.
Com a fama que já vem de longe, retorquiu o aluno: "O canguru tem pelos no cu!"
A professora, contrariamente, aos comentários feitos aos colegas, apenas disse: - Queres, sempre, ser diferente e disseste uma frase da tua lavra! Quiseste mostrar originalidade, mas não passaste de um engraçadinho! Não aceito a tua frase que viola as regras do decoro e boa educação!
O menino Zequinha, cabisbaixo, ouve o raspanete e lá obedece à professora. No dia seguinte, toda a turma aguardava impaciente a grande revelação! A frase poética do menino Zequinha. Quando a professora o interpela, responde prazenteiro, na ponta da língua.
O canguru
tem pelos na beiça;
Só não tem pelos no cu,
porque a professora não deixa!
Dispensa-se qualquer comentário à resposta brejeira do puto.
Numa situação semelhante, em que a autora se encontrava a dar o texto poético, numa turma desta idade irreverente, segue as pisadas da sua colega e também solicita o mesmo trabalho, como aplicação dos conteúdos leccionados.
O aluno x, no seu fervor poético e querendo dar provas de que apreendera bem a lição, saiu-se com esta:
É Natal. É alegria.
Vamos comer bacalhau
Anda daí, ó Maria
Se não, levas com o pau!
Para sua tranquilidade, não tinha ainda abordado, na aula, a polissemia da palavra... e ao puto, na casa dos 10 anos, nem sequer lhe perpassara pela cabeça... aquilo que certamente aconteceu com o leitor, de idade madura, brejeira e que numa de linguagem coloquial, sem carácter ofensivo, se designa de “mente poluída!
Mas... nos Jardins Oudinot... há uma atmosfera limpa, com cheiro a maresia e... a bacalhau fantasiado de várias roupagens. Bom apetite se deseja!
M.ª Donzília Almeida
21 de Agosto de 2009
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