sábado, 8 de agosto de 2009

O capitalismo é moral?

Há um passo célebre da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, de Immanuel Kant, sobre o "comerciante avisado", para mostrar o que é realmente moral. O comerciante avisado e prudente não engana os seus clientes, pois a honestidade é necessária para o bom andamento do negócio. Ele age de modo conforme ao dever - não enganar os clientes -, mas isso não significa que aja moralmente. A acção só é moral, se agir por dever e não com uma intenção egoísta, isto é, porque o seu lucro o exige. Em A República, Platão apresenta o famoso anel de Giges, que, colocado numa certa posição, tornava o seu possuidor invisível. Com o anel e os seus poderes mágicos de invisibilidade, Giges, que era um homem honesto, entregou-se a uma série de crimes. Colocado nesta situação de poder tornar-se invisível, pode alguém fazer o teste da sua moralidade, verificando que só é verdadeiramente moral quem, mesmo invisível, continuasse a agir por dever e não por interesse ou por medo do juízo dos outros. À pergunta em epígrafe, que constitui também o título de uma obra de André Comte-Sponville, o conceituado filósofo responde: "Não. O capitalismo não é moral, mas também não é imoral; é - total, radical, definitivamente - amoral." Assim, por exemplo, aos protestos compreensíveis de quem se revolta porque o preço de determinado produto está acima do que a decência pode tolerar, observa: "A decência, que eu saiba, não é uma noção económica." Para perguntas e respostas correctas, é necessário distinguir as ordens, os níveis ou domínios. A primeira ordem é a ordem tecnocientífica - no caso da economia, a ordem económico-tecnocientífica -, estruturada, interior- mente, pela oposição do possível e do impossível. Esta fronteira interna entre o possível e o impossível é incapaz de limitar a ordem tecno-científica, porque se desloca constantemente: pense-se no que era antes impossível e hoje possível no domínio da biologia e do progresso tecnológico em geral. Mas precisamente estas novas possibilidades e suas consequências - manipulações genéticas, poluição...; no caso da economia, as variações do mercado... - podem pôr em causa o futuro da Humanidade ou afectar dramaticamente a vida de milhões de pessoas. Assim, uma vez que esta ordem é incapaz de limitar-se a si mesma - não há limite biológico para a biologia, limite económico para a economia, etc. -, é preciso limitá-la do exterior, com a ordem jurí- dico-política, a lei, o Estado, ordem estruturada interiormente pela oposição do legal e do ilegal. O legal pode, porém, não respeitar a dignidade humana: pense-se na legalização do esclavagismo ou do racismo. Não se vota o bem e o mal: "O indivíduo tem mais deveres do que o cidadão." Assim, a ordem jurídico-política é limitada do exterior pela natureza e pela razão, pela ordem moral (o dever, o interdito). Quer dizer, há o pré-jurídico e pré-político. Por último, a ordem moral é "completada", abrindo-se ao divino, que é a ordem do amor e da gratuidade. O capitalismo é, pois, amoral. Não funciona pela virtude nem pelo desinteresse ou pela generosidade, mas pelo interesse pessoal ou familiar, pelo egoísmo. Se funciona bem, é precisamente porque egoísmo é coisa que não falta, mas, também por isso, não basta. O mercado, que mostrou ser o sistema mais eficaz, não tem a capacidade de regulação socialmente aceitável e a moral também não consegue. Então? "Entre o poder cego da economia e a fraqueza da moral, só a política e o direito nos permitem fixar limites não-mercantis ao mercado, regulá-lo, a fim de que os valores morais dos indivíduos dominem, pelo menos em parte, a realidade amoral da economia. O problema, hoje, é que se cavou um desfasamento entre a escala mundial dos problemas económicos e a escala nacional dos nossos meios de acção sobre esses problemas." É aqui que se mostra a urgência de uma política mundial, o que implica compromissos entre Estados, para que o capitalismo seja limitado nos seus efeitos perversos e dramáticos. "Quanto mais lúcido se é quanto à força da economia e à fraqueza da moral mais exigente se deve ser quanto ao direito e à política."
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

“Feira da Saúde do Município” na Praia da Barra: amanhã, sábado

ESTILOS DE VIDA MAIS SAUDÁVEIS
A Câmara Municipal de Ílhavo vai promover amanhã, sábado, dia 8 de Agosto, a edição 2009 da “Feira da Saúde do Município” na Praia da Barra. Esta acção tem como objectivo incentivar a população do Município e os turistas a adoptarem estilos de vida mais saudáveis, permitindo-lhes um contacto directo com diferentes agentes e especialistas da saúde, de forma informal. Estarão presentes, nesta iniciativa, várias entidades profissionais do ramo da saúde de diversas especialidades. Depois de ter sido inaugurado a 23 de Abril de 2006, o edifício da Extensão de Saúde da Barra permanece sem utilização, dado o facto do Ministério da Saúde não ter honrando o compromisso assumido com a Câmara Municipal de Ílhavo e com a População da Barra, colocando-o em funcionamento. A Feira da Saúde, a realizar neste edifício, é também mais um alerta público para uma situação inadmissível que urge resolver em nome do interesse dos cidadãos.
Fonte: CMI

Cheque para a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo

Hospital de Cuidados Continuados
No próximo dia 11 de Agosto, pelas 20 horas, vai a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo promover um jantar com o presidente da Câmara Municipal, Ribau Esteves, e com Joaquim Coelho, emigrante nos Estados Unidos, o qual, recentemente, promoveu um espectáculo de angariação de fundos para as obras do novo Hospital de Cuidados Continuados Integrados, que aquela Instituição está a construir. Nesse encontro, Joaquim Coelho fará a entrega de um cheque com o valor angariado. O jantar terá lugar no restaurante "O Navegante", em Ílhavo.

Figueira da Foz: NÓS NA ARTE - No edifício do antigo Casino Oceano

Les Deux Musiciens, tapeçaria sob cartão de Le Corbusier Tapeçarias de Portalegre e Arte Contemporânea
No edifício do antigo Casino Oceano, ao lado do actual Casino, na Figueira da Foz, pode ser apreciada uma exposição de Tapeçarias de Portalegre e Arte Contemporânea, bem como dos “cartões” originais, executados pelos artistas representados, nomeadamente, Almada Negreiros, Nadir Afonso, Camarinha, João Tavares, Le Corbusier, Susanne Dolesch, John Olsen, Vieira da Silva, Carlos Botelho, Júlio Pomar, Graça Morais, Cruzeiro Seixas, Manuel Cargaleiro, Menez, entre outros. Há também espaços para artistas mais jovens. Trata-se de uma exposição do Museu da Presidência da República, que merece uma visita, até ao fim de Setembro. Entrada livre.

FOLCLORE NA PRAIA DA BARRA

Amanhã, sábado, 8 de Agosto, a partir das 21.30 horas, no Largo do Farol, com organização do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, vai realizar-se o Festival de Folclore da Praia da Barra. Participam, para além do grupo anfitrião, o Grupo Folclórico de Santiago de Custóias, o Grupo de Danças e Cantares da Serra da Gravia - Valadares, S. Pedro do Sul, o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça e o Rancho Folclórico da Correlhã, Ponte de Lima. Trata-se de uma festa popular para toda a gente, em especial para os amantes do folclore.

Pedro Nunes: "O maior cientista que houve em Portugal"

Pedro Nunes
Há sete anos que a vida de Henrique Leitão corre entre as quatro paredes de um dos gabinetes da Academia das Ciências, no Bairro Alto, em Lisboa. Desde que em 2002 a Academia das Ciências de Lisboa e a Fundação Calouste Gulbenkian decidiram lançar-lhe um desafio e convidá-lo para editar a obra completa daquele que é o maior matemático português de sempre e uma das figuras mais proeminentes do pensamento quinhentista. "Foi o maior cientista que houve em Portugal." Para quem duvida do lugar de Pedro Nunes no panorama intelectual do século XVI, Henrique Leitão recorre sempre a um diagrama de época sobre mestres de álgebra - o frontispício do livro de Matemática do alemão Johannes Luneschlos, de 1649, onde aparece a imagem de Pedro Nunes a par de figuras como Euclides. Está lá, colado numa estante, por trás da cabeça de Henrique Leitão.
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Bispo de Aveiro de luto

Ao início da noite de ontem, Deus chamou à Sua presença a Sra. Donzelina dos Santos, mãe do Sr. D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro. Depois de longos anos de enfermidade, vivida em profunda união com Deus, foi chamada para a Casa do Pai. Os seus restos mortais encontram-se em câmara ardente na Casa de Retiros de S. José, em Lamego, onde residiu nos últimos anos. A Solene Missa Exequial realizar-se-á na Sé Catedral de Lamego, amanhã, sexta-feira, pelas 11.00h. O seu funeral seguirá para a sua terra natal, Tendais, no concelho de Cinfães, onde será celebrada Santa Missa de Corpo presente, pelas 17.00h. A Diocese de Lamego, o seu Bispo, o seu Clero e todos os fiéis associam-se à dor de D. António Francisco e à da sua família, e não deixará de elevar a Deus preces pela alma desta generosa mãe que ofereceu tudo o que tinha à Igreja. Neste momento, importa também destacar a generosidade das pessoas que, mais de perto, foram acompanhando a Sr. D. Donzelina na sua doença, e sempre a cuidaram com todo o carinho e atenção. Deus, que nunca se deixa vencer em generosidade, acolha a alma desta sua serva. Possa ela gozar da visão beatífica na presença do Eterno Pai. Gabinete de Imprensa da Diocese de Lamego 06-08-2009 NOTA: Associo-me à dor de D. António Francisco com a solidariedade cristã que me é possível, na certeza de que Deus já acolheu, com toda a ternura maternal, a mãe do meu bispo.