Já agora, diga-me se gostou...
Já agora, diga-me se gostou...
1. Todas as gerações têm determinadas personalidades de relevante imagem pública que, do panorama social ao artístico, acabam por ser referências de época. Quem há vinte, vinte e cinco anos, não se lembra de Vasco Granja (1925-2009), das manhãs de sábado ou domingo na televisão portuguesa a preto e branco, da «banda desenhada» por ele apresentada, de como a pantera cor-de-rosa ou outras animações contagiavam as gentes mais novas daquele tempo. Esta vida que nos deixou, a par de outras grandes referências da comunicação, faz reviver o melhor das memórias de muitos que na época, também por essa via, foram conhecendo o mundo. Vasco Granja assinalou muitos momentos da animação dos mais novos, sendo mesmo chamado por uma criança de «o pai da pantera cor-de-rosa».
2. A sua primeira expressão de empatia, estes dias recordada, em que dizia «olá amiguinhos!» fala-nos, mesmo que sem nostalgias, de um tempo em que a animação revelava predominantemente um carácter de bondade e pacificação, mostrando desse modo, também, uma das funções dos meios de comunicação social. Formar, informando e gerando o entretenimento de qualidade. Um confronto da animação dessa época com a actualidade faz-nos sentir como a inocência dos primeiros passos da «banda desenhada» estão hoje tão longínquos diante de tanta violência que insiste perpassar pelos programas para os mais novos. É verdade que mesmo o Bugs Bunny ou a Pantera também teriam a sua “manha”, mas nada de comparável com os cenários matreiros de muita da animação deseducadora actual.
3. Aos 83 anos parte este homem discreto que leu a sua tarefa pública como serviço educacional de gerações que hoje o recordam. De 1974 a 1990 foi um dos rostos maiores da RTP para a infância. Quem dera que este momento de sua partida fosse oportunidade de repensar na actualidade sobre o papel das comunicações (TV e net) para as crianças. Será?!
Carlos Borrego, doutorado em Ciências do Ambiente, é professor na Universidade de Aveiro (UA). Foi ministro do Ambiente e Recursos Naturais de 1991 a 1993 e vice-reitor da UA de 1998 a 2002. É autor de numerosos artigos e publicações. Recentemente coordenou o estudo que levou o governo a abandonar a Ota e a escolher Alcochete para localização do novo aeroporto de Lisboa. A acção humana está a provocar alterações climáticas e o litoral de Portugal poderá ser das zonas mais afectadas. Por outro lado, assistimos a investimentos em energias renováveis e ao crescimento da “consciência verde”. As preocupações ambientais são uma moda ou uma urgência? O que temos de fazer?
Durante o mês de Maio, a Câmara Municipal de Ílhavo vai realizar mais uma edição do Festival de Teatro, que irá decorrer entre os dias 6 e 30 nas quatro freguesias do concelho.
Este ano, serão as Crianças do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico os primeiros espectadores do Festival, cuja abertura terá lugar no Centro Cultural de Ílhavo, no dia 6, com a peça “Lol.Pop”, do Teatro das Beiras. Seguem-se vários espectáculos de elevado qualidade, realizados um pouco por todos os espaços culturais do Município, com destaque para o Teatro de Rua “D. Gilberto”, pela Joana Teatro, que vai certamente dar uma nova vida e cor ao Jardim Oudinot, no dia 24 de Maio, a partir das 15h30. Aqui fica o convite. Não falte!