segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Banco Alimentar não descansa

EM TEMPOS DE CRISE HÁ MAIS GENEROSIDADE
O Banco Alimentar Contra a Fome bateu um novo recorde de recolha de alimentos. Os portugueses deram mais de 1900 toneladas de alimentos o que corresponde a mais 19 por cento que em Dezembro do ano passado. Já diversas vezes constatei que em tempos de crise há mais generosidade. Os sociólogos terão, com certeza, explicação para o facto. Cá para mim, quem sofre e quem experimenta, no dia-a-dia, as dificuldades da vida, compreende, melhor que ninguém, a urgência de olhar para os mais pobres. Congratulo-me com isso, mas que a generosidade não se fique por aqui, mas que seja, em cada momento, um estímulo para a procura de soluções políticas e sociais para a erradicação da pobreza. Fernando Martins

NATAL - 2008

NATAL PARA TODOS
A partir de hoje e até 25 de Dezembro, data em que se celebra o nascimento do nosso Salvador, tenciono publicar, dia após dia, um motivo de Natal. Fotos, poemas, reflexões e contos, meus e dos meus amigos, mas não só. O que importa é assinalar este acontecimento ímpar que foi marco indelével na história do mundo ocidental. E já agora, permitam-me que deseje a todos uma bonita caminhada, rumo ao Natal de Jesus Cristo.
Fernando Martins

domingo, 30 de novembro de 2008

UMA RUA POR MÊS: Av. José Estêvão


Homenagem justa ao grande tribuno aveirense


No dia 12 de Março de 1860, iniciou-se a construção da primeira estrada que atravessa a região da Gafanha, ligando os estaleiros ao Forte da Barra. Foi concluída em 30 de Abril de 1861. Estas são as informações da Monografia da Gafanha, do Padre João Vieira Rezende. Começou em Aveiro, em 1855. Posteriormente, seis anos depois, chegou ao Forte. A seguir, passou à Barra, atravessando uma ponte de madeira, junto ao Forte Novo. Por fim, atingiu a Costa Nova. Na área da Gafanha da Nazaré, foi baptizada com o nome de Avenida Central, passando, já nos nossos dias, a Avenida José Estêvão, numa oportuna homenagem ao grande tribuno. A este propósito, até se conta uma história interessante, que terá sido protagonizada por José Estêvão. Recorda João Evangelista de Campos, em “Achegas para a Historiografia Aveirense”, que o grande orador há muito reclamava a ligação rodoviária entre Aveiro e Costa Nova. Vai daí, conseguiu trazer um dia um grupo de deputados, “dos mais refilões”, para verificarem essa urgência. “Embarcados num saleiro, começou a viagem com um tempo regular.” Entretanto, na hora do regresso, quando saíram da Costa Nova, “levantou-se um ventinho”, que foi aumentando. As “marolas” obrigavam o barco a baloiçar perigosamente; com os viajantes a mostravam medo, José Estêvão sossegou-os dizendo-lhes que, “se tivessem ido de bateira, seria muito pior”. E “quando já iam ao largo da cale”, a atmosfera começou “a mostrar sinais de que a trovoada se aproximava”. O medo apoderou-se ainda mais dos convidados, “com o barco a baloiçar e a trovoada a ribombar”. Então, José Estêvão lá anuiu ao pedido dos deputados, dizendo-lhes que regressariam a Aveiro, “se eles dessem a sua palavra de que estavam convencidos da necessidade de se construir a estrada e de que defenderiam (…) essa construção”. E isso terá acontecido, porque o medo era muito. A ser verdade, não há dúvida de que o nosso tribuno era muito esperto. Tão esperto, que até “encomendou”, para essa viagem, um temporal capaz de convencer os “deputados refilões” da premência da estrada, de que a nossa actual Avenida José Estêvão faz parte. Fernando Martins

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 105

A PROVA DE PASSAGEM DA 2.ª PARA A 3.ª CLASSE
Caríssima/o: Pudesse eu dar-vos imagens de boa qualidade do que vos pretendo transmitir! São pouco mais que borrões o que resta desses longínquos acontecimentos: papéis amontoados, amarrotados, amarelecidos, desbotados, ratados alguns... Foi em 1949 que fiz a passagem para a terceira classe! O ambiente era o mesmo do escrito anterior, apenas com uma ligeira diferença: os escolares já não são principiantes! E com esta confiança e a certeza de que tudo vai correr muito bem e até é fácil terão, muitas vezes, de encarar com o nariz torcido a tinta que escorreu do aparo e pôs uma borrata logo ali no meio da cópia! Certificado de pouco cuidado? Pouca destreza? Desleixo e desmazelo? Oh! Céus! Ninguém repara que a caneta não está em condições e o 'prevaricador' choroso vai mostrar à Professora a 'obra prima'! “Não faz mal... Anda pr'à frente...Isso não tem importância! É só um pingo!” Era mesmo só um pingo mas as lágrimas pegadas aos olhos aumentaram o tamanho... Vamos então continuar e seja o que Deus quiser, mas agora mais cuidadinho! Depois da cópia, vinha o ditado e depois a redacção; pronto, a parte escrita feita sem precalços... para além do que aí fica. Um pequeno intervalo e vamos à matemática, às contas e aos problemas; isso é canja. Pois é, mas cuidado que aquele que é um barra atrapalhou-se e passou mal a resposta! Por fim o desenho na última página e a prova escrita concluída. Mais descontraídos e confiantes, tudo termina com a leitura... Resultados afixados na porta com a aprovação de todos e de todas, seguiu-se o jogo das escondidas pelos carreiros da vizinhança da Escola do Ti Bola... e amanhã a liberdade era total: as férias!
O EXAME DA 3.ª CLASSE
Há dias em conversa alguém me dizia que o Professor Carlos era baixo e pequenote... Fiquei perplexo! Na minha ideia ele era um 'gigante'... Foi assim que me ficou retido na minha infantil imaginação quando o contemplo ao lado da minha Professora que o aguardava à porta da Escola acompanhada por outra que também fazia parte do júri. Apareceu montado na sua bicicleta e a 'fotografia' que a minha memória reteve mostra-o como um homem grande! E o caso estava sério: tínhamos um Professor a presidir ao nosso exame da terceira classe, o exame do 1.º grau! Todo ele eram sorrisos e palavras de estímulo, mas sempre era um... homem! O papel utilizado na prova escrita era em tudo semelhante ao das provas finais realizadas por nós nas primeiras classes, mas agora começava-se logo pelo ditado, com a prova da caligrafia por baixo; na página seguinte, redacção; três problemas verificavam os conhecimentos nessa área e terminava-se com um desenho (o tal vaso... ou um copo...) A prova escrita estava feita... logo à tarde é que vão ser elas! Comida a buchita do almoço, ala para o pequeno alpendre e nada de correrias nem de saltos; olhávamos uns para os outros e parecíamos mesmos as ovelhas e os cordeiros que vinham para a festa de Nossa Senhora da Nazaré: também elas e eles não conheciam a sorte que lhes estava reservada. Entrámos e vimos e ouvimos que o senhor Professor fazia perguntas como as da nossa Professora e ria e animava-nos e afinal foi de festa o ambiente que rodeou a afixação do edital com os resultados: “Todos os alunos e alunas submetidos ao exame da 3.ª Classe foram aprovados” ... e seguiam-se as assinaturas dos elementos do Júri. E nós sabíamos que este exame do 1.º grau era importante porque ainda no ano anterior quase todas as meninas deixaram a Escola e, dos rapazes, dois ou três não voltaram que foram trabalhar. As férias esperavam por nós, em Outubro logo se veria como era! Manuel

sábado, 29 de novembro de 2008

CUFC: ADVENTO PARA TODOS

Grupos, Movimentos, PALOP, Coros, Voluntariados… a Caminho do Natal 1. Sublinhemos a palavra caminho, pois não há meta sem percurso, nem triunfo sem esforço dedicado. Estamos diante de um tempo novo que se quer revestir de novos desafios para todos nós. A aceitação corajosa de captarmos os convites permanentes que nos são propostos poderá transfigurar todas as coisas. Mas o essencial não virá do exterior, sim do interior do coração… Este, quando na sua beleza generosa aceita ser parte da construção, do fazer caminho edificante e não do parar na indiferença ou no criticismo que deita a perder os novos horizontes… 2. O tempo de Advento aparece diante de todos nós como uma oportunidade sempre única, até de dar o justo sentido às palavras. Natal não significa coisas mas atitudes, num renascimento espiritual que se abre aos outros e a Deus com novo ardor. Demos tempo à vida, numa vida que deve ter tempo para tudo. Sem o alimento espiritual – que depois se manifesta nos valores vivenciais – o caminho fica aquém do ideal. Este passa pelo reconhecimento de que Deus nos veio visitar e veio para ficar connosco, ser Natal para sempre! 3. Todos somos convocados! Para uma melhor aceitação vivencial temos muitas ajudas, começando pelo Profeta Isaías, passando pela figura emblemática de João Baptista e sentindo em Maria o aconchego do acolhimento. Não haverá Natal sem caminho de aperfeiçoamento. Acolhamos em nós aquele “choque espiritual” que nos poderá despertar para toda a Esperança! Esperança, valor fundamental que também norteará o caminho diocesano… Passo a passo, todos juntos, aceitemos as etapas que nos conduzirão ao verdadeiro Natal! Acolhamos o Convite: CONVITE: Advento Natal CUFC :
3 Dez: 18.30h Celebração 21h Serão para conhecer os Jovens Sem Fronteiras
Alexandre Cruz

Harpa na Viola

Momento musical para este sábado de chuva e muito frio. Que a beleza da melodia e a força expressiva do artista possam aquecer o espírito de todos os meus amigos. A sugestão veio do poeta Orlando Figueiredo, meu prezado amigo e familiar,

Política e Economia: cada cabeça cada sentença

Se há ciência que prima pela variedade de certezas (ou dúvidas?), a economia é uma delas, andando de braço dado com a política. O que uns defendem outros condenam. Por isso, acho que importa ler o possível para nos decidirmos pelo que acharmos melhor. Às vezes podemos acertar.
"Em Portugal, Teixeira dos Santos diz que o Governo vai estimular a economia através do investimento público. Ou seja, vai desperdiçar dinheiro em projectos de duvidosa rentabilidade que já eram contestados antes da crise financeira. As debilidades da economia portuguesa são conhecidas. O peso do Estado é elevado, os serviços públicos de saúde e educação são ineficientes, a justiça não funciona e o sector privado está sobrecarregado de impostos e de burocracia. Perante isto, o Governo recorre à solução fácil de atirar dinheiro para a economia, agravando o défice e o endividamento público."
Ler ESTÍMULOS de João Miranda, Investigador em Biotecnologia