sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Torneio Internacional de Natal de Basquetebol

Jovens atletas recebem instruções do treinador
A Gafanha da Nazaré, que nunca foi, no seu passado, terra de grandes basquetebolistas, tem, há anos, graças ao esforço do Grupo Desportivo da Gafanha, a secção de Basquetebol, envolvendo atletas de ambos os sexos e das diversas faixas etárias. Tanto quanto sei, o nível alcançado tem sido elevado, pelo que merece, ainda mais, a nossa atenção e o nosso apoio, para não esmorecer. Entretanto, destaco a organização do Torneio Internacional de Natal de Sub-14, Masculinos e Femininos, denominado “Cidade da Gafanha da Nazaré”. A competição está prevista para os dias 20 e 21 de Dezembro, no Pavilhão Gimnodesportivo da Gafanha da Nazaré. Isto significa que, para já, não podemos deixar de marcar presença nesse torneio, porque os nossos atletas e os outros precisam do carinho dos gafanhões.

A Escola em Portugal - Educação Integral da Pessoa

"A educação é o percurso da personalização, e não apenas socialização e formação para a cidadania. A educação autêntica é a educação integral da pessoa. Isto exige promoção dos valores espirituais, estruturação hierárquica de saberes e de valores, integração do saber científico-tecnológico num saber cultural mais vasto, mais abrangente e mais englobante. Exige igualmente partilha dos bens culturais e democratização no acesso aos conhecimentos, aos saberes científicos e competências tecnológicas, que são património comum da humanidade. Exige ainda promoção do homem-pessoa em recusa do homem-objecto de mercado, rejeição de todas as formas de alienação do ser humano, defesa do primado da solidariedade e da fraternidade sobre o interesse egoísta e a competição desenfreada."
Da Carta Pastoral dos Bispos Portugueses

Falência dos Estaleiro de S. Jacinto deixa ex-trabalhadores sem nada

A notícia, que acabo de ler no JN, é triste, porque da falência dos Estaleiros não restou nada para indemnizar os ex-trabalhadores. Mas também é triste saber-se da morte de um estaleiro naval que foi, durante décadas, o sustentáculo económico das famílias de uma terra, S. Jacinto. Também das terras vizinhas, das Gafanhas, Aveiro, Ílhavo, Pardilhó e Murtosa, entre outras. Depois, a conjuntura (a eterna culpada) ditou a morte dos Estaleiros, a que o seu fundador, Carlos Roeder, não teve o desgosto de assistir. Os Estaleiros tinham muito trabalho e muitos trabalhadores. Bastantes deles, das Gafanhas, deixaram a lavoura e outros ofícios para ingressarem naquela unidade industrial. Sempre era um salário certo, disseram-me alguns. E era verdade. Porém, as “economias”, quando não conseguem adaptar-se às circunstâncias, dão nisto: falências que deixam ex-trabalhadores sem qualquer indemnização. Claro que o Estado não pode olhar para estas situações. Mas se for um Banco...

Teresa Saporiti expõe no CAE da Figueira da Foz

Até 23 de Novembro, ainda pode apreciar no CAE da Figueira da Foz, na Sala Zé Penicheiro, trabalhos da artista Teresa Saporiti. Como ela refere no desdobrável oferecido aos visitantes, trata-se de flores do seu jardim. Diz assim:
"As flores que aqui deixo são flores do meu jardim. E são, também, flores de outros jardins. Das bermas dos caminhos. Dos espaços sem fim dos campos da minha terra. Em cada flor encontrada, procuro a sombra que define as formas. O contorno que marca a sombra. Procuro a linha que desenha cada flor.”

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Timor: 17 anos depois do massacre de Santa Cruz

A Marieke lembrou hoje um acontecimento brutal que correu mundo. Não fora ela, e eu por aqui continuaria na minha indiferença em relação àquele drama. O massacre de Santa Cruz, em Timor, mostrou ao mundo o que estava a passar-se naquela ex-colónia portuguesa, ocupada, à força, pela Indonésia. Os governantes do nosso País e outras instituições bem clamavam pela libertação do povo timorense, mas todos faziam ouvidos de mercador, ignorando ou fingindo ignorar o sofrimento de uma nação, que os portugueses ajudaram a nascer. Os grandes do mundo, os que põem muitas vezes os interesses pessoais acima dos interesses dos mais frágeis, nunca quiseram ouvir quem pedia justiça e o direito de viver livre. Faz precisamente nesta data 17 anos que o massacre aconteceu e até parece que todos já esquecemos o sofrimento dos timorenses, como se eles não precisassem de nós. Dos nossos apoios e da nossa solidariedade, no esforço que estão a fazer para traçarem caminhos de progresso e de democracia plena.

Geração de Ouro da Bioética em Portugal

Sem grande relevo, e nada chamativa para quem só lê os títulos grandes dos jornais, lá vinha a notícia: “O Presidente da República condecora pais da bioética.” A justificar a condecoração fala o Presidente “de uma verdadeira e impressionante «geração de ouro» da bioética portuguesa”. O designativo é acertado e é bom reconhecê-lo. Os titulares da condecoração são três médicos insignes, professores universitários, reconhecidos pelos méritos e competência na respectiva especialidade, e de renome que vai além fronteiras, pela sua luta a favor de uma consciência ética no exercício da sua profissão, na preparação de novos médicos, nos seus escritos e múltiplas intervenções em congressos ou outros encontros nacionais e internacionais. Trata-se de Daniel Serrão e Walter Oswald, ambos da Faculdade de Medicina Porto, e de Jorge Biscaia, da de Coimbra. A estes junta-se, para um renovada homenagem, por expressa vontade do Presidente da Republica, o jesuíta Luís Archer, de Lisboa, padre e cientista, figura ímpar da investigação científica e pioneiro em caminhos por ele abertos e por onde têm passado gerações de novos investigadores. Muitas vezes vemos serem condecoradas pessoas sem que saibamos bem qual a última razão de tal reconhecimento público. Terá acontecido isso mesmo comigo, o que me levou a interrogar-me, seriamente, sobre o porquê da comenda recebida há anos, pois não vejo, na minha vida, senão a preocupação de cumprir o meu dever, de harmonia com a missão a que me votei livremente, ontem no Alentejo e, há quase trinta anos, em Aveiro e, ultimamente, um pouco por todo o lado. Agora, porém, sabe-se a razão porque se sublinham pessoas que, para além da sua profissão, sempre se empenharam e assim continuam, num serviço gratuito, mas importante, tanto à comunidade científica, como à comunidade em geral. Sem pretensões apologéticas desnecessárias, não me escuso de dizer que se trata de três cientistas leigos, assumidamente católicos, que sempre puseram e continuam a pôr o seu saber científico ao serviço da pessoa e da comunidade, vazado em eloquente tes-temunho de coerência, pessoal e profissional que tem provocado sempre o respeito dos colegas, dos demais investigadores e dos profissionais honestos. Já exerceram cargos internacionais de relevo no campo da medicina, da bioética e das associações profissionais de médicos, tendo os seus nomes ligados a projectos e actividades de relevo e mérito. O padre Luís Archer, homem simples e grande, é figura de um cientista suficientemente conhecido e escutado, que introduziu em Portugal métodos novos de investigação e de estudo da biologia molecular, importantes e hoje indispensáveis em muitos aspectos da vida e do saber tecnológico. A decisão do Presidente da República, da qual tive conhecimento apenas porque leio os jornais, encheu-me de muita alegria, não só pelo respeito e pela estima que me liga aos condecorados, mas, também, por ver publicamente reconhecido, nas suas pessoas e lutas, o valor indiscutível da bioética. Por outro lado, também, é de realçar que a fé não é marginal nem contra a ciência e, o diálogo sério entre ambas, que gente menos lúcida continua a considerar como impossível e inútil, leva sempre a novos horizontes que são caminhos de humanização, pois que outra não é a razão deste diálogo. Uma ciência relativamente nova, a bioética torna-se ponto de referência, exigente e permanente, no campo das ciências onde se joga o valor da vida e a dignidade da pessoa humana e o modo como considerá-la e tratá-la. Os atropelos a que neste campo assistimos, não se corrigem senão com um saber objectivo determina o agir moral, a que não podem estar alheios nem os legisladores, nem os profissionais que tocam na vida das pessoas e não podem deixar de respeitar promover a sua dignidade. António Marcelino

terça-feira, 11 de novembro de 2008

São Martinho: Castanhas sem Vinho

Hoje não cumpri bem a tradição. Comi castanhas assadas, que estavam excelentes, mas não pude provar o vinho. Achei melhor assim, para dormir mais sossegado, sem o estômago a irritar-me. Já lá vai o tempo de as comer assadas na braseira, com a mãe a contar a lenda de São Martinho. O pai andava no mar, nessa época do ano. Dizem que São Martinho era um santo homem, de coração sensível. Capaz, por isso, de partilhar, em noite fria, a sua capa com um pobre mendigo. A lenda, que a Igreja terá aproveitado para santificar a generosidade da partilha e o desprendimento, continua actual, como incentivo que nos leve a olhar para os mais carentes de afecto e de tudo. Ontem, o Presidente da República recebeu uma Comissão que apresentou a “Carta aberta contra a pobreza e desigualdade", na linha de erradicar a fome entre nós. Aliás, a aposta em acabar com a pobreza é um propósito do milénio, que está longe de ser conseguida. Talvez a lição do São Martinho nos ajude a partilhar um pouco do que temos, a começar pelas castanhas.