terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Arte de Roubar de Leonel Vieira

Não senhora. Não rouba nem ensina a roubar. Mas leva-nos qualquer coisa este novo filme de Leonel Vieira. Leva-nos a atenção para a vantagem de encarar o cinema português com tradição e actualidade, lembrando-nos não só que é bom mas necessário saber conjugar veia artística e brilho comercial.
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Monumentos de origem portuguesa no mundo

Segundo diz o Jornal de Notícias, são 22 os monumentos de origem portuguesa espalhados por África, Ásia e América do Sul classificados pela UNESCO que concorrem ao título de Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. A eleição começa dia 10 de Dezembro. Se quer ver algumas, clique aqui.

A melhor juventude

É possível abordar o fenómeno da Acção Católica de um ponto de vista puramente histórico e referir como nestes 75 anos ele se tornou um observatório privilegiado para olhar o interior da própria Igreja e o impacto desta no mundo.
Três quartos de século permitem uma visão suficientemente ampla e diversa e, entre os estudiosos, restam hoje poucas dúvidas sobre a centralidade decisiva da Acção Católica e o papel charneira que essa militância representa. Ela tem espelhado e trabalhado cada tempo num esforço metódico de coincidência com o real (distante das espiritualidades autosistémicas e desencarnadas), mas concebendo o tempo como laboratório do Reino: nas suas tensões e sinais a interpretar, na sua largueza e na tarefa que nos compromete.
É possível abordar a Acção Católica em chave sociológica e maravilhar-se com esta movimentação transversal a meios e estratos sociais, onde o laicado encontrou uma espécie de escola de formação e de oportunidades, mas também onde tantos padres carismaticamente se destacaram. A “marca” Acção Católica é detectável um pouco por todo o lado: na linguagem e nas prioridades dos programas pastorais; no currículo dos bispos e no seu modo de leitura da realidade; nas vozes mais consistentes e originais do laicado, sendo de mulher muitas dessas vozes; no tecido eclesial como um todo; na vida das paróquias e na dinâmica dos movimentos que, entretanto, emergiram; no ideário e na praxis social e política.
Num mundo em acelerada recomposição, a Acção Católica tem sido a antena e o sintoma, o posto de escuta e o palco de experimentação. Mas a interpretação da Acção Católica e do seu significado ficariam irremediavelmente lacunares sem uma leitura espiritual. A Acção Católica não é apenas expressão organizativa ou a introdução de uma eficaz cultura metodológica na prática cristã. É expressão da primavera do Espírito que dá a cada baptizado a consciência dinâmica da sua condição e missão. É obra desse incessante Pentecostes que explica o mistério da própria Igreja e instaura cada cristão, face ao mundo, como sentinela da aurora.

José Tolentino Mendonça

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Foto-Desafio

Descobrir a identidade deste homem é tarefa muito difícil. Eu sei. É como descobrir agulha num palheiro. Mesmo sabendo isso, não desisto de lançar aqui o desafio aos meus leitores. Quem será este homem? Onde terá sido tirada esta fotografia? Junto de uma seca do bacalhau? Claro. No porto bacalhoeiro? Evidentemente. Na Gafanha da Nazaré? Penso que sim. Mas quem será ele? O avô ou bisavô de um qualquer conterrâneo nosso? Talvez. Ajudem-me nesta tarefa. Um doce para quem me informar. Com provas? Pois claro!

Igreja não cala convicções sobre família

D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e presidente da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa), defendeu, na abertura da Assembleia Plenária dos bispos portugueses, que “O Estado tem a alta responsabilidade e a grave obrigação de defender a instituição familiar”. Noutro passo do seu discurso, adiantou que “Devemos ser respeitadores dos pensamentos diferentes. Só que não podemos renunciar à nossa identidade que, em muitos aspectos, se consubstancia com a cultura portuguesa”.

Dar voz aos pobres para erradicar a pobreza

Imigrantes
"Dar voz e poder aos pobres na resolução dos seus problemas é uma condição para o sucesso das estratégias de luta contra a pobreza. Assim o entendemos e ficou assinalado nesta Audição Pública. Este passo deve ser dado, desde já, através do incentivo à participação dos utentes dos serviços sociais públicos e de instituições de solidariedade social na avaliação dos mesmos. Há, porém, que ir mais longe e fomentar as associações que integrem pessoas de grupos sociais mais fragilizados, dando-lhes oportunidades de poder e participação na resolução dos seus problemas e maior visibilidade junto das respectivas Autarquias e outros poderes públicos. A este propósito, merece referência específica a situação dos imigrantes e a das populações que vivem em bairros de habitat degradado ou em bairros sociais que carecem de apoio para que se organizem e aproveitem de sinergias inerentes ao trabalho em rede."
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Crónica de um professor

O poster
Quando colocou, no quadro, os posters dos artistas trazidos pelos seus alunos, não pôde esconder o comentário que aquela personagem lhe despertava: -I like Brad Pitt! He is a “bird”, he is a good-looking man! E usou os maneirismos que uma adolescente ostenta, perante a admiração dos seus ídolos. Além do mais, o nome era uma referência no imaginário feminino, quanto aos dotes que qualquer mulher aspira num homem! Era um artista de cinema, um ícone da indústria cinematográfica, que andava na boca de todas as jovens de bom gosto. Tratava-se do Brad Pitt, o namorado da Angelina Jolie, apressou-se o Edgar a acrescentar. Com efeito, era dotada de certa jovialidade de espírito, esta professora; no concernente ao corpo, praticava a filosofia do nosso rei D. Duarte: “Mens sana in corpore sano!” Compreendia o espírito irreverente dos alunos e até participava em algumas brincadeiras. A brincar, também se aprende, e nada melhor do que partilhar as vivências dos jovens e adolescentes, para os cativar para a parte mais séria da vida escolar – a aprendizagem. Assim, para lhes ensinar as nacionalidades, na língua estrangeira, pediu-lhes que levassem, para a aula, figuras/fotos/recortes de pessoas famosas, oriundas de outros países . Por uma sequência aleatória, foi colocando, no quadro, várias imagens, tendo ficado, em último lugar, a do Brad Pitt. Foi feita a apresentação do novo vocabulário, o registo escrito, nos cadernos diários, e quando se estava no melhor da aula, a admirar o “ídolo” (!!!), eis que a campainha toca, vindo pôr fim àquela contemplação. Ultimava os preparativos para deixar a sala, ainda sem ter retirado a figura do supracitado actor, quando na mente daquela professora perpassou, fugazmente, a ideia de”coleccionar” a foto. Empunhava já a pasta, quando subtilmente aquela aluna, tendo, por telepatia, adivinhado os pensamentos da professora, lhe pergunta: Quer ficar com o poster para si? Um fulgor brilhou no olhar da mestra que disse para os seus botões! - Ainda há alunos atentos na aula! Ainda alguém presta atenção às minhas palavras! Ainda vale a pena, evocando as palavras de Fernando Pessoa: ”Tudo vale a pena se a alma não é pequena!” E… a alma daquela professora era a de uma menina, adolescente, que ainda se deixa deslumbrar com a beleza de um artista de cinema!
Mª Donzília Almeida