Há prazeres que só imaginados. Os vividos por alguns a bordo do Creoula (navio português integrado na Regata dos Grandes Veleiros, comemorativa dos 500 anos da fundação da cidade do Funchal, com as celebrações dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro de permeio) devem ficar para a história pessoal de cada um. Imagino sem medo de errar... Estas fotos, enviadas pela Joana Oliveira, fazem parte do album de Luís Costa, um dos felizardos. No Funchal, num local que já conheço, ainda houve tempo para passear pela cidade que já tem meio milénio de vida, com marcas indeléveis do esforço de tantos dos nossos antepassados que por ali se radicaram.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
O Fio do Tempo

O umbigo da Extrema riqueza
1. As crises económicas geram sempre oportunidades de rever hábitos e processos de injustiça que se foram instalando até serem tidos como “normais”. Notícia de última hora que ouvimos agora era o caso do treinador do milionário Inter de Milão (José Mourinho) estar interessado nos serviços de Pepe, jogador do todo-poderoso Real Madrid, cuja cláusula de rescisão está num patamar de 150 milhões de euros. Neste género de escândalos (com os dias contados, esperemos!) pode-se juntar toda a novela macro-económica de Cristiano Ronaldo, dos 100 milhões de Euros dispostos a dar pelos madrilenos ou dos 150 milhões que o Manchester City disse há semanas garantir. Pode-se, ainda, juntar os milhões do petróleo de Abramovich, este que garante a vida de rico do Chelsea.
2. Tudo precisa de ser revisto. A crise destas semanas tem este lado positivo: nada pode ser como dantes, é o novo imperativo ético das sociedades actuais. Não só neste mundo das emoções do desporto ou do espectáculo mas dos próprios vencimentos de gestores e administradores de todos os sectores de actividade humana. A “mão salvadora” aplicada nestes dias, na generalidade pelos Estados provindo dos contribuintes, obriga, como refere a Chanceler Ângela Merkel, a uma revisão de todo esse processo, dos altos vencimentos às mega-reformas. Quem não se lembra há dias do escândalo das rápidas férias de luxo (até aos 300 mil euros gastos) de alguns ex-administradores da recém-falida seguradora AIG?!
3. O umbigo, qual resort, dos que crescem desmedidamente às custas sabe-se lá de quê(m) é o novo escândalo gritante. A Consciência Humanitária emergente grita aos “ouvidos” que vivem na Riqueza Extrema que parem e olhem para o lado. Se não o fizerem qualquer dia terão de fugir para habitar noutro planeta. A distribuição dos bem essenciais à sobrevivência de todos os seres humanos não é uma “caridadezinha”, é uma questão de JUSTIÇA. A (r)evolução nasce aí!
ISCA-UA: Tributo a Jorge Godinho

O Conselho Directivo do ISCA-UA, aproveitando o lançamento do livro «Jorge Godinho» da autoria da Dr.ª Ana Maria Lopes, organiza no próximo dia 15 de Outubro, pelas 18.30 horas, uma sessão pública para prestar tributo ao Professor Jorge Godinho – membro do corpo docente do instituto no primeiro ano lectivo de funcionamento como escola integrada no ensino público, e falecido em 1972.
Vidas Exemplares

Ouvi esta manhã, na Terra Nova, uma entrevista com membros da ORBIS, Carina e Pedro Neto, sobre as suas experiências de vida, no campo missionário e na área da cooperação para o desenvolvimento. O próprio entrevistador, habituado a conversar na Terra Nova com gente de todos os quadrantes, políticos, religiosos, sociais, artísticos e profissionais, deixou transparecer alguma emoção pelas histórias que ia ouvindo e estimulando.
O que eu quero aqui sublinhar é o empenhamento de muitos jovens, incansáveis na luta por um mundo melhor, com sacrifício, inúmeras vezes, das suas vidas privadas.
A Carina e o Pedro Neto bem procuraram sublinhar que são jovens como outros quaisquer, com gostos semelhantes a outros jovens. Mas não concordo inteiramente com eles, neste ponto. É que eles não se ficam pela vida fútil de tantos jovens que conheço. Vidas sem objectivos elevados, sem princípios solidários, sem preocupação pelos que mais sofrem, sem gosto por um mundo mais fraterno. A diferença está precisamente nisto. A Carina e o Pedro deixaram tudo para se enriquecerem no contacto com outras culturas, com pessoas que nada têm, para além do ar que respiram. Foram para se darem e acabaram por regressar mais enriquecidos.
Quando olho para tantos, jovens e menos jovens, que apenas cultivam o egoísmo, que passam a vida a olhar-se ao espelho para narcisicamente se envaidecerem, esses nunca saberão o que é contribuir para um mundo novo, mais humano. Mas reclamam da sociedade mais prazeres, riqueza, divertimentos estonteantes, trabalho sem esforço, liberdades para tudo.
FM
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Museu Marítimo de Ílhavo: Exposição de fotografia

No próximo dia 19 de Outubro, pelas 17 horas, será inaugurada uma exposição de fotografia, “A Maritime Album – 50 fotografias e as suas histórias”, com selecção de John Sarkowski e textos de Richard Benson. Esta exposição, que se integra na celebração do 7.º Aniversário da Ampliação e Remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo, foi cedida pelo Mariner’s Museum, Virgínia, EUA).
O Fio do Tempo

O significado de Família
1. Uma das questões que saltam à vista nos debates sobre as pretendidas alterações legislativas para o casamento de pessoas do mesmo género é a confusão, que faz despertar a urgência, em se considerar o que é a família ou o que não o é. O aliciante táctico das temáticas ditas de fracturantes, chamando de modernidade a cada nova fractura, é o novo aliciante de algumas convicções políticas. Por trás dessa modernice está o pano de fundo ideológico da rasgada “liberdade” em desprestigiar, quando não até ridicularizar, tudo o que tem o nome de tradicional. Nas modas, novelas e cinemas, a família, comunidade primordial, sofre as maiores afrontas…
2. Chamar-se intencionalmente de «família tradicional» à família de sempre será o maior engano que se vai multiplicando. Também é estratégica a colagem à noção única de família de outras formas de contratos (ou mesmo sem estes!). Encostando-se à família como comunidade vital e consagrada, reivindica-se um conjunto de direitos (afastando-se os deveres) para assim conseguir levar a água ao moinho, até no plano legal. Se todas as formas de vida merecem o saudável e tolerante respeito, todavia, todas as opções, eticamente, quererão ser aprofundadas à luz da consciência e dignidade humana, e não ser trampolim ideológico-político ou bandeira de generalização social.
3. A família com o pai, mãe, filhos, filhas, netos, avós, tios, merece hoje uma forte apologética em sua defesa, para o bem social. As novas formas que esquecem a diversidade (até de género) são já o reflexo da ausência em fechamento das complementaridades, facto que empobrece o ideal da experiência humana. Os tempos sociais são de não pensar muito e de juntar tudo no mesmo saco, e puxar pelo nome família para reivindicar direitos. Salvo o devido respeito, em consciência recta, não será por aqui que o tecido social conseguirá garantir um conjunto de princípios e valores insubstituíveis às comunidades… A caravana passa!
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